Jornal Correio Braziliense

Economia

Alívio nos juros continua com trégua na cúpula de Brasília e dólar em queda

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) iniciaram o último dia útil do mês em queda, dando continuidade ao movimento iniciado ontem diante da trégua na cúpula de Brasília. Os sinais de entendimento em prol da reforma da Previdência entre a Câmara dos Deputados e o Ministério da Economia colaboram para a correção para baixo nos juros. O movimento também tem o apoio do enfraquecimento do dólar ante o real. O mercado também começa ainda sob a notícia positiva de que a proposta da Nova Previdência finalmente tem um relator na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara: o delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Na CCJ, é esperado o ministro da Economia, Paulo Guedes, na próxima quarta-feira. Em sessão com os deputados, Guedes poderá explicar melhor a reforma das aposentadorias dos civis e a dos militares aos parlamentares. Ontem, as taxas fecharam em queda também ajudadas pela tentativa do governo de amenizar os efeitos da aprovação da PEC do Orçamento Impositivo na Câmara e apaziguar a relação com o Congresso abriu espaço para que os agentes promovessem uma forte queda das taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) na sessão desta quinta-feira, que praticamente devolveram os prêmios acumulados ontem. Com o fim da sessão com juros em baixa, a curva de juro a termo precificava ontem à tarde 79% de chance de manutenção da Selic em 6,5% em maio e 21% de possibilidade de alta de 0,25 ponto porcentual, de 78% e 22% um dia antes, segundo cálculos da Quantitas Asset. Hoje, foi divulgado mais um dado que retrata a desaceleração da economia brasileira. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana de 12,50% do intervalo de expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast e acima do piso das previsões, de 12,30%. O teto do intervalo era a 12,60%. As perspectivas não são das mais positivas, considerando os indicadores de confiança do empresariado divulgados nesta semana. O índice em todos os setores - Comércio (-3,2 pontos), Serviços (-3,5 pontos), Indústria (-1,8 ponto) - caiu de forma relevante em março ante fevereiro, segundo a Fundação Getulio Vargas. O recuo deve preocupar, pois o aumento de confiança é elemento importante na formação de cenário para investimentos e argumento frequente de analistas sobre a melhora do País.