Jornal Correio Braziliense

Economia

Sentimento de alívio dá fôlego para recuperação no Ibovespa

Após perdas que levaram o Ibovespa a operar na pontuação similiar a de meados de janeiro (93,6 mil pontos), o dia com o exterior positivo abriu espaço para um caminho firme de recuperação, mas sem muito ímpeto. "Cabe uma melhora, mas sem grandes arroubos. A cautela sobre o desaquecimento da economia mundial continua. Ficamos sem tração", disse Luiz Mariano De Rosa sócio da Improve Investimentos. A Bolsa abriu a sessão de negócios em alta moderada, com uma recuperação generalizada e apenas oito ações que fazem parte da carteira teórica operando em leve baixa. Notícias no plano corporativo também influenciam o avanço das ações, como os papéis ON da Vale operam em alta de 1,29%, após a mineradora anunciar que sua produção totalizou 100,988 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2018, alta de 8,2% na comparação anual. Entre as blue chips, destaque também para ações da Petrobras, que sobem mais de 2% tanto as preferenciais quanto as ordinárias, apoiadas na subida das cotações do petróleo no mercado internacional. Às 10h44, o Ibovespa ganhava 1,07%, aos 94.665,54 pontos. Na avaliação do gestor, depois de ver o Ibovespa galgar os 100 mil pontos inflados nas expectativas das mais positivas em relação à Reforma da Previdência, os investidores aguaram agora sinais mais concretos de que a tramitação do projeto vai seguir a contento. Atenções seguem concentradas nas movimentações no Congresso Nacional, particularmente, na câmara dos Deputados onde os parlamentares se mobilizam de diferentes formas em relação à Previdência: indo do apoio à proposta apresentada pelo governo até ao retorno do projeto do presidente Michel Temer, que já foi aprovado pela Comissão Especial. Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparece nesta terça tarde à audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, primeira etapa da tramitação da proposta de reforma da Previdência. Mais cedo, em ata da reunião mais recente, o Copom reiterou a necessidade de seguir com política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Isso porque o grau de ociosidade da economia segue a despeito do leve repique do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que registrou alta de 0,54% em março, após ter avançado 0,34% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No exterior, o sinal exibido pelas principais commodities é misto e, enquanto o minério de ferro no porto chinês de Qingdao recuou 0,68% (US$ 85,23), a cotação dos contratos futuros de petróleo avançava em recuperação das perdas dos últimos dias. Às 9h06, o tipo Brent avançava 1,04%, a US$ 67,92 o barril e o WTI ganhava 1,72%, a US$ 59,84, na máxima.