A Coalizão Indústria se reuniu nesta segunda-feira (25/03) com o presidente Jair Bolsonaro e o ministros da Economia, para definir o andamento da Agenda Brasil, que tem por objetivo o crescimento econômico do país. Em coletiva, os representantes divulgaram os novos laços com o governo e apresentaram o apoio da Coalizão à reforma da Previdência, considerada essencial para a retomada do crescimento, com geração de renda e de emprego no país.
De acordo com Humberto Barbato, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), a reforma da Previdência é o primeiro passo para trazer uma confiança econômica e ampliar os investimentos do país. "Sem essa reforma não há retomada de crescimento e o país fica inviabilizado", disse.
Segundo ele, ficou decidido, em reunião com o presidente, que haverá reuniões trimestrais do governo com a Coalizão para fazer acompanhamento de agenda, com participação direta na reforma tributária. "Fizemos uma solicitação direta ao ministro Paulo Guedes para que a Coalizão tenha participação na reforma tributária e tivemos do ministro a maior concordância", disse Barbato. O presidente da Abinee disse, também, que o secretário Carlos Costa anunciará em 15 dias um pacote para ampliar a competitividade do sistema produtivo.
Todos os representantes da Coalizão frisam a necessidade de ajustes na previdência para o crescimento de todos os setores. Para João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), tributar investimentos reduz o custo do país e fere a competitividade da indústria. "A reforma não dará mais simplificação, mas aumentará a competitividade da indústria do Brasil", explicou.
Para os representantes, as reformas serão essenciais para crescimento de alguns setores como construção civil, comércio exterior e infraestrutura. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, José Ricardo Roriz, a infraestrutura no Brasil atrai muitos países, porém está defasada e precisa de uma demanda urgente para gerar mais emprego e renda. "A infraestrutura possui muita competitividade e tem finanças muito altas, então, existe grande atração de investimentos nessa área e boa parte deles vem de fora. Mas estamos com um defict, e precisamos urgentemente de uma demanda pra ela", explicou.
De acordo com Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), é preciso diminuir a burocracia no Brasil, que afasta o interesse das indústrias, aumenta os custos sem gerar valor e gera insegurança jurídica. "A agenda da desburocratização é uma agenda de limpeza de terreno, para que o empreendedor se sinta confortável para operar seus negócios", solucionou.
Todos os setores da Coalizão Indústria representam 39% do PIB da indústria brasileira, o que representa R$ 485 bilhões e contribuem com R$30 milhões de empregos diretos e indiretos, além de R$250 bilhões em pagamentos de impostos.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli