O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (25), que um leilão de transmissão de energia elétrica realizado no final do ano passado, ainda na gestão do ex-presidente Michel Temer, foi resultado direto das ações sinalizadas pelo seu governo. Bolsonaro discursou durante cerimônia de assinatura dos contratos de concessão, que faz parte de uma agenda positiva para melhorar a imagem do presidente em meio ao acirramento nas relações com o Congresso. O evento foi apenas uma formalidade, já que o leilão ocorreu em 20 de dezembro, antes mesmo da posse de Bolsonaro.
Na disputa realizada no ano passado, 16 lotes foram leiloados, com deságio médio de 46%. O leilão vai viabilizar R$ 13,2 bilhões e 28 mil empregos diretos, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foram licitadas 55 linhas de transmissão, com 7.152 km de extensão e 25 subestações em 13 Estados.
"Todos os 16 lotes tiveram propostas, ao contrário do que ocorreu em leilões anteriores. O sucesso desse leilão é resultado direto das ações sinalizadas pelo nosso governo, buscando maior liberdade econômica e alcançando o capital privado para atuar no mercado de infraestrutura", disse Bolsonaro na cerimônia. A Aneel abriu audiência pública para discutir os detalhes do leilão no dia 4 de setembro. O edital foi aprovado no dia 13 de novembro.
Nesta segunda-feira, 25, o presidente afirmou que a sua gestão tem um viés "pró-mercado" e busca trazer iniciativas do setor privado. Em meio as divergências com o Congresso, também defendeu brevemente a reforma da Previdência como forma de "facilitar o equilíbrio das contas públicas". "É o Brasil voltando a crescer. Ainda temos muito a avançar. Vamos em frente, Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", concluiu com o slogan da campanha.
Críticas
Bolsonaro aproveitou, em sua fala, para criticar o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, sem citá-la diretamente. Ele mencionou a redução na tarifa de energia elétrica, em 2012, que acabou acarretando perdas para o setor nos anos seguintes. Além disso, a medida, associada a uma crise hídrica, levou a um reajuste de 50% nas tarifas em 2015.
"No meu governo sempre procuramos manter viés pró-mercado e trazer investimentos do setor privado na economia", emendou Bolsonaro. No início do discurso, ele também destacou que é preciso ter "responsabilidade, progresso e confiança acima de tudo".