A captação promovida pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira, 21, no mercado norte-americano, por meio do Global 2029, foi considerada bem sucedida por técnicos do órgão. O título, com vencimento em 30 de maio de 2029, foi emitido no montante de US$ 1,5 bilhão, com cupom de juros de 4,500% ao ano e spread de 215,8 pontos-base acima da Treasury (o título do Tesouro norte-americano). A taxa de retorno para o investidor ficou em 4,700%. A demanda pelos títulos foi cerca de quatro vezes a oferta do Tesouro.
De acordo com os técnicos, tanto o cupom quanto o spread são os melhores desde a perda do grau de investimento pelo Brasil. A operação, segundo eles, ficou bastante em linha com as expectativas do Tesouro. O órgão vinha acompanhando o mercado e já considerava as condições bastante favoráveis para uma captação.
Na quarta-feira, porém, essa percepção foi reforçada, após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sinalizou que os juros no país podem demorar mais tempo para subir.
O noticiário no Brasil ao longo desta quinta-feira - especificamente, a prisão do ex-presidente Michel Temer, vista por agentes do mercado financeiro como um fator que pode prejudicar o andamento da reforma da Previdência no Congresso - não alterou a demanda pelo título brasileiro no mercado internacional. Conforme os técnicos, a operação foi bem sucedida do início ao fim.
O Tesouro estava fora do mercado desde janeiro de 2018, quando havia emitido o Global 2047, título de referência de 40 anos. Completada a operação desta quinta, o órgão não realizará nenhuma emissão complementar de títulos para o mercado asiático, algo que não vem sendo feito há algum tempo. Agora, o Tesouro volta a monitorar o mercado, aguardando novas oportunidades para emissão.