Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY fecham sem sinal único à espera de Fed e com incertezas EUA-China

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta terça-feira, 19, à espera do anúncio monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira e com informações que apontam rumos divergentes das negociações entre Estados Unidos e China. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,10%, enquanto o S 500 caiu 0,01% e o Nasdaq subiu 0,12%. Enquanto os mercados acionários nova-iorquinos esperavam em alta a decisão do Fed de quarta, quando a instituição deve reiterar a postura "dovish", os ganhos deram lugar a informações divergentes sobre as negociações comerciais bilaterais entre EUA e China. Fontes informaram à Bloomberg que algumas autoridades americanas estão preocupadas com a postura da China de estar pressionando contra as demandas dos EUA nas negociações. Os negociadores chineses teriam mudado sua posição com a visão de que, embora tenham concordado com mudanças em suas políticas de propriedade intelectual, um dos principais pontos de impasse, não receberam garantias de que as tarifas impostas às exportações da China seriam suspensas. Logo em seguida, no entanto, fontes ouvidas pela agência de notícias Dow Jones Newswires afirmaram que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante comercial americano, Robert Lighthizer, devem viajar à China na semana que vem para continuar as negociações, agora em estágio final. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, deverá ir à Washington na semana seguinte. Em coletiva junto ao presidente Jair Bolsonaro nesta tarde, Trump voltou a afirmar que as negociações comerciais com a China "vão muito bem", sem oferecer mais detalhes. Mesmo assim, o tom negativo prevaleceu e levou os índices a renovarem mínimas, antes de fecharem sem direção única. O subíndice do setor industrial do S 500, mais sensível a questões ligadas a comércio, recuou 0,41%. Antes da decisão do Fed, nesta quarta-feira, 20, o setor financeiro também apresentou perdas, com o subíndice do setor do S 500 em queda de 0,76%. A expectativa é de que a instituição mantenha a taxa de juros na faixa atual e reduza a projeção de duas altas de juros em 2019, apontada pelo gráfico de pontos, para uma ou, ainda, zero, lembra a economista-chefe da Stifel, Lindsey M. Piegza. "O Fed provavelmente estará se ajustando de uma postura política neutra para uma ação defensiva, significando que o próximo movimento do banco central americano poderia ser um corte de juros mais cedo ou mais tarde, dependendo da evolução dos dados", avalia Piegza.