Principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Ibovespa alcançou nesta segunda-feira (18/3) o simbólico nível dos 100 mil pontos durante a sessão. O indicador chegou a marcar 100.037 pontos, novo recorde intradiário, mas perdeu força e fechou aos 99.828 pontos, com alta de 0,86%. O volume negociado na sessão foi de R$ 26,2 bilhões. A expectativa favorável à tramitação da reforma da Previdência no Congresso animou os negócios.
Os investidores esperam que a proposta comece a andar mais rápido a partir do encaminhamento, nesta quarta-feira, do projeto em separado que altera o sistema de aposentadoria dos militares, como reivindicavam deputados e senadores. Também favoreceu a alta do índice a previsão de que o Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) deve manter os juros, em reunião que ocorre hoje, além de sinalizar que não pretende elevar as taxas nos próximos meses, devido ao desaquecimento da economia global e da norte-americana.
Breno Bonani, analista da Valor Gestora, afirma que o marco histórico que o Ibovespa alcançou ontem deve ser analisado com prudência. ;É um nível simbólico, mas é preciso sintetizar que deve haver cautela. O índice chegou a alcançar os 100 mil pontos, mas logo recuou. Na nossa visão, ainda falta sustentação para o Ibovespa manter-se neste patamar;, disse.
Ainda no cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se hoje, pela primeira vez, sob o comando do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O resultado do encontro será divulgado amanhã, e o mercado espera a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano.
Com altas expressivas, as ações preferenciais da Petrobras (1,84%), e as ordinárias da Ambev (3,10%), companhias com grande peso na composição de carteira do Ibovespa, ajudaram a alavancar o Ibovespa. ;As empresas, em geral, fizeram o dever de casa, apresentando resultados satisfatórios. Só que a sustentação da bolsa gira em torno da conjuntura política, que pode corrigir para baixo ou para cima;, completou Bonani. Segundo ele, pesam também, no radar do investidor, negociações internacionais, como o conflito comercial entre EUA e China e o Brexit, o tumultuado processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
* Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo
Dólar em queda
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,73%, negociado a R$ 3,792 para venda. É o menor valor de fechamento desde 1;de março, quando a moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 3,78. Além do quadro interno, com notícias favoráveis sobre a reforma da Previdência, contribuiu para a queda o cenário tranquilo no exterior, onde o dólar recuou diante das principais moedas, em consequência da expectativa de que não haverá, tão cedo, novas altas de juros nos EUA.