A produção de petróleo global continuou a diminuir em fevereiro, graças a cortes na oferta da Arábia Saudita e Venezuela, que integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório mensal divulgado hoje, a AIE estima que a produção mundial da commodity sofreu queda de 340 mil barris por dia (bpd) no mês passado, a 99,7 milhões de bpd. O número, porém, ainda ficou 1,5 milhão de bpd acima do nível de fevereiro de 2018, ressaltou a agência.
A Opep como um todo cortou sua produção em 240 mil bpd em fevereiro, a 30,68 milhões de bpd, o menor nível em quatro anos.
Apenas a Arábia Saudita, líder informal da Opep, reduziu a oferta do mês passado em 100 mil bpd, a 10,14 milhões de bpd. O relatório aponta que a produção saudita recuou 920 mil bpd desde os níveis recordes que atingiu em novembro do ano passado.
No fim de 2018, a Opep e aliados liderados pela Rússia decidiram reduzir sua produção em 1,2 milhão de bpd durante o primeiro semestre de 2019, como parte de uma estratégia para conter a oferta global excessiva e impulsionar os preços do petróleo. A Opep se responsabilizou por um corte de 800 mil bpd e os aliados, pelos demais 400 mil bpd.
Mas a produção da Opep também foi influenciada pelo resultado da Venezuela, onde a oferta registrou declínio de 100 mil bpd em fevereiro, para 1,14 milhão de bpd, volume 410 mil bpd menor do que o de um ano antes. Além de enfrentar uma grave crise econômica, a Venezuela está sob sanções dos Estados Unidos.
Ontem, a Opep divulgou seu próprio relatório mensal, que mostrou queda de 221 mil bpd na oferta do cartel em fevereiro, também por causa da Arábia Saudita e Venezuela.
A AIE, entidade com sede em Paris que presta consultoria a governos e empresas sobre tendências do setor de energia, também reiterou sua projeção de avanço na demanda global por petróleo em 2019, em 1,4 milhão de bpd. Fonte: Dow Jones Newswires.