O maior empenho do governo Jair Bolsonaro em mostrar-se focado na reforma da Previdência levou o Índice Bovespa a uma nova alta nesta sexta-feira, 8, na contramão do clima negativo que predominou no mercado internacional. O maior fôlego na sessão foi dado por trechos de entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada pelo Broadcast pouco depois das 16h. Na leitura dos analistas, Guedes reforçou o tom de empenho do governo na aprovação da reforma, que já havia sido sinalizado na quinta-feira por Bolsonaro nas redes sociais.
Depois de ter caído até 1,10% pela manhã, com influência majoritariamente externa, o Ibovespa terminou o dia em alta de 1,09%, aos 95.364,85 pontos. O volume de negócios somou R$ 16 bilhões. Ações dos setores financeiro e de energia elétrica estiveram entre os destaques de alta do pregão, enquanto papéis de empresas ligadas a commodities seguiram em queda, ainda sob influência do mercado externo.
"Enquanto nada acontecia em relação à reforma da Previdência, o mercado vinha seguido o mercado internacional. Mas a fala de Jair Bolsonaro acabou por ditar o ritmo dos negócios, com o maior ânimo dos investidores. As declarações do ministro Paulo Guedes reforçaram esse melhor ânimo", disse Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.
Na entrevista, Paulo Guedes, afirmou que Bolsonaro "fará sua parte" para garantir a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Ele afirmou que o mapeamento do governo indica que faltam 48 votos para a aprovação do texto na Câmara. Ele se disse confiante na aprovação da reforma e afirmou que o governo "tem força".
No início do dia, as atenções no mercado de ações estavam focadas no exterior. Os dados negativos da balança comercial e a criação de empregos aquém do esperado nos Estados Unidos, foram fatores negativos para os ativos de risco. Com isso, as bolsas de Nova York operaram em queda durante todo o pregão, assim como a maioria dos mercados acionários emergentes.
Entre as ações do Ibovespa, as altas mais representativas ficaram com ações do setor financeiro. Banco do Brasil ON recuperou perdas recentes e subiu 3,51%. Eletrobras ON e PNB, destaques de queda nos últimos dias, avançaram 3,68% e 2,25%, respectivamente. Já os papéis da Petrobras caíram 0,75% (ON) e 0,37% (PN), alinhadas à queda dos preços do petróleo no mercado internacional.