Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY fecham em queda refletindo corte nas projeções do BCE

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quinta-feira, 7, oscilando entre maiores e menores perdas durante o pregão, consolidando o quarto dia seguido de fechamento em baixa. A queda desta quinta é reflexo das decisões do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros e reduziu projeções de crescimento e inflação e optou pela manutenção das taxas de juros, o que pode ser interpretado como uma evidência da desaceleração da economia global. O Dow Jones fechou em queda de 202,23 pontos (-0,78%), aos 25.473,23, enquanto o S 500 caiu 22,52 pontos (-0,81%) aos 2.748,93. O Nasdaq, por sua vez, terminou em baixa de 84,46 pontos (-1,13%), aos 7.421,46 pontos. As quedas se acentuaram logo após o presidente do BCE, Mario Draghi divulgar as projeções do BCE para inflação e crescimento da zona do euro. A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro neste ano baixou de 1,7% a 1,1% e, para 2020, passou de 1,7% a 1,6%. Para a inflação na região, a previsão foi reduzida de 1,6% a 1,2% em 2019 e de 1,7% a 1,5% em 2020. Para o gerente de investimentos do Morgan Stanley, Andrew Slimmon, "o anúncio do BCE é uma reafirmação de que a economia europeia continua andando devagar". O cenário mais negativo traçado pela instituição prejudicou o apetite por risco do outro lado do Atlântico, nas bolsas de Nova York, também diante da força do dólar, que tende a pressionar ações de empresas exportadoras americanas. Nesse caso, ações dos setores financeiro, de serviços de comunicação e de tecnologia estavam entre as mais pressionadas. A Xerox caiu 1,98% no pregão desta quinta, após anunciar que planeja reorganizar sua estrutura corporativa para se tornar uma holding. A Mosaic, empresa de fertilizantes, também apresentou queda após anunciar que cortará 300 mil toneladas da sua produção de fosfato. As negociações comerciais entre os EUA e a China também permanecem no radar, após o presidente americano, Donald Trump, na quarta-feira, ter afirmado que as conversas estão "caminhando" e que "vamos ver o que acontece". O mercado interpretou a afirmação como um recuo em relação a declarações anteriores, quando Trump disse que as negociações com a China estavam apresentando "grande progresso".