O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira, 25, ter certeza de que o presidente da República, Jair Bolsonaro "vai perceber que o diálogo para tratar com o Congresso faz parte da democracia". Skaf fez esta ponderação ao ser perguntado pela reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) se não via riscos para a aprovação da reforma da Previdência à política do principal mandatário do País de negociar com frentes parlamentar temáticas, em vez de negociar com os partidos e seus líderes.
"Importante notar que diálogo não é troca. Acabamos de sair de um almoço com a bancada de deputados estaduais e federais. Aqui não houve troca de nada. Apenas diálogo sobre os interesses do País", disse Skaf.
Ele acrescentou que o presidente da República tem a sua equipe o chefe da Casa Civil e o seu líder na Câmara e no Senado, e que têm como incumbência essas articulações.
"O presidente da República é um homem extremamente simples. Tenho certeza de que não vai faltar estímulo para ele no momento que ver que precisará aumentar o diálogo ou de ele ter um papel diretamente com os partidos", observou Skaf.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez considerações sobre este mesmo tema, em São Paulo.
Ele considerou questionável a estratégia do governo em fazer a articulação política por meio das bancadas temáticas. Ressaltou que as bancadas temáticas têm demandas específicas e isso pode resultar em negociações não saudáveis. "É preciso tomar cuidado", afirmou.
Para Maia, a negociação deveria se dar por meio das bancadas dos partidos. "O que tem de mais orgânico são os partidos", disse, Para ele, a negociação deveria se dar por meio das bancadas dos partidos. "O que tem de mais orgânico são os partidos", disse.
Na semana passada, em entrevista ao Broadcast, o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega havia chamado a atenção para esta nova forma de Bolsonaro fazer a interlocução com o Congresso. Na avaliação de Mailson da Nóbrega, as negociações com as frentes parlamentares poderão vir a impor muitas dificuldades ao governo Bolsonaro para aprovar a reforma.