Economia

Desemprego cresce em 13 capitais apesar da queda na média nacional

Apesar de a taxa de desocupação ter caído para 12,3% no ano passado, nem todas as regiões do país viram a situação melhorar. Em 13 capitais, o percentual de pessoas sem trabalho foi o maior dos últimos sete anos, de acordo com a Pnad

Ingrid Soares
postado em 23/02/2019 07:00
Ilustração de carteira de trabalho
A taxa média de desemprego, em 2018, foi a maior dos últimos sete anos em 13 capitais do país, na contramão da média nacional, que caiu de 12,7%, em 2017, para 12,3% no ano passado. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores índices de desocupação em 2018. O Sul teve a menor taxa, seguido pelo Centro-Oeste, região onde nenhuma das capitais teve avanço do desemprego de 2017 para 2018. Os dados apontam, ainda, que, no 4; trimestre do ano passado, as mulheres tiveram menor nível de ocupação que os homens. O nível de ocupação deles no Brasil foi de 64,3% e o das mulheres, de 45,6%, com destaque para o Norte.

Por outro lado, em 18 estados e no DF, houve recuo dos desempregados em 2018. As quedas ocorreram em Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco , Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Pará, Amazonas e Acre. As maiores taxas médias anuais entre as unidades da Federação foram: Amapá (20,2%), Alagoas (17,0%), Pernambuco (16,7%) e Sergipe (16,6%). As menores taxas foram observadas em Santa Catarina (6,4%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Mato Grosso (7,9%).
Infográfico sobre desemprego no Brasil
Segundo o levantamento, mais de 60% da população desalentada (formada pelos que deixam de procurar emprego por achar que não conseguirão uma vaga) está no Nordeste. O contingente, no quarto trimestre de 2018, foi de 4,7 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, um aumento de 8,1% ante igual período de 2017, quando 4,35 milhões de pessoas estavam desalentadas. Os maiores contingentes de pessoas em desalento no quarto trimestre se concentraram na Bahia (804 mil pessoas) e no Maranhão (512 mil).

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explicou que a desocupação caiu, mas não de forma generalizada, como era esperado. ;Imaginava-se que as contratações de Black Friday, festas de fim de ano, de trabalhadores temporários e as eleições em outubro fossem trazer uma quantidade de pessoas para o mercado de trabalho e no confronto com o 3; trimestre, isso fosse reduzir de forma significativa a taxa de desocupação para todos os estados, o que não aconteceu;, disse.

;A taxa caiu em relação ao 3; trimestre, mas em alguns estados, isso não se concretizou. Outro ponto, é que a pesquisa fecha o ano com aumento da informalidade. No 4; trimestre, foi menor o número de pessoas trabalhando com carteira de trabalho. O tempo em que as pessoas estão na fila da desocupação também está aumentando: 25% da população desocupada está nessa condição há mais de 2 anos;, apontou o coordenador.

Guedes critica o IBGE


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderia vender prédios para garantir a realização do Censo de 2020, especulou o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizando que a instituição precisará enxugar o seu orçamento nos próximos anos. Ao discursar na posse da nova presidente do órgão, Susana Cordeiro Guerra, Guedes disse também que é preciso ;simplificar; o Censo e insinuou que há má administração dos recursos. ;Tem um enigma ainda não resolvido por vários economistas que passaram aqui, que são três sedes, em seis prédios. Falta dinheiro para o Censo, mas o presidente fica de frente para o Pão de Açúcar;, afirmou Guedes.

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