O dólar fechou a sexta-feira, 22, em queda, devolvendo parte dos ganhos após dois dias seguidos de alta. O exterior positivo contribuiu para estimular a venda da moeda americana no mercado doméstico. O dólar também caiu perante várias moedas de países emergentes, por conta do otimismo com o avanço das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. No noticiário interno, as atenções seguiram voltadas para a reforma da Previdência e declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o texto pode ser aprovado neste primeiro semestre ajudaram a manter o bom humor. O dólar à vista fechou em queda de 0,51%, a R$ 3,7406. Na semana, porém, acumulou alta de 0,96%, e no mês, sobe 2,2%.
No final da tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ainda não houve um acordo com os chineses e que as conversas vão continuar no final de semana. O republicano afirmou estar preparado para estender o prazo de 1º de março, estimulado na reunião da Argentina para acabar a trégua comercial entre as duas maiores economias do mundo. O dólar chegou a reduzir pontualmente o ritmo de queda ante o real após as declarações, mas ainda ficou distante das máximas do dia (R$ 3,7653).
O operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, avalia que o câmbio vai seguir bem volátil nas próximas semanas, com o mercado monitorando todos os passos da reforma da Previdência e de olho nos eventos no exterior. Sobre a China, a sinalização é que as conversas estão progredindo, disse ele. No caso da Previdência, Faganello ressalta que além das declarações de Guedes, também repercutiu bem nas mesas de câmbio a afirmação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Ele disse acreditar que a proposta de reforma da Previdência pode estar aprovada até junho.
Além de monitorar os eventos do dia, os investidores aguardam a agenda da próxima semana. Na terça-feira (26), vai ser instalada a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para avaliar a reforma da Previdência, com possível definição do relator da reforma. "Inicia-se agora um período de elevada discussão no Congresso, onde grupos diversos estarão atuando de forma ativa para alterar a proposta de acordo com seus interesses", afirma Patrick O'Grady, presidente da gestora Vítreo. No mercado de câmbio, a quinta-feira (28) será dia de definição do referencial Ptax de fevereiro.