Os juros futuros iniciaram a terça-feira, 12, com baixa nos contratos mais longos e viés de baixa nos mais curtos, em linha com o mercado cambial. Os cenários doméstico, onde há expectativa positiva sobre o andamento da reforma da Previdência, e externo colaboram para esse ajuste para baixo nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
A ata do Copom, divulgada às 8 horas, não trouxe novidades, apenas reforçou a comunicação da semana passada, segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado."O ajuste para baixo está alinhado ao relativo movimento de 'risk on' observado externamente, em específico pela possibilidade de não termos 'shutdown' nos Estados Unidos", diz o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto.
Na ata, o Banco Central reafirmou que "cautela, serenidade e perseverança" nas decisões sobre juros, "inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de seu objetivo precípuo de manter a trajetória de inflação em direção às metas". Essas palavras já haviam sido usadas pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, em coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) em dezembro.
Sobre o cenário externo, a ata indica que ainda não é possível dizer qual é o cenário mais provável para os EUA: o de desaceleração econômica ou o de continuidade do vigor. O rumo dos juros nos EUA - e os efeitos sobre as economias emergentes - dependerão do cenário que se consolidará. Assim como no comunicado, o Copom reforçou a ideia de que o risco inflacionário arrefeceu no exterior.
Depois do comunicado da última quarta-feira num tom "hawkish", segundo avaliaram alguns agentes do mercado, a curva de juros mudou a precificação para a taxa básica de juros. Assim, no fechamento de segunda, a curva de juros futuros precificava 89% de chance de o Banco Central (BC) manter a taxa básica de juros, a Selic, na reunião de março (19 e 20) e 11% de chance de elevação de 0,25 ponto porcentual, segundo cálculo da gestora Quantitas. Até o fim do segundo semestre, a curva precifica uma alta de 0,50 ponto porcentual na Selic, também segundo a Quantitas.
Sobre a reforma da Previdência, houve na segunda-feira a sinalização de que a proposta poderá ser enviada à Câmara dos Deputados na próxima terça-feira, 19. Antes disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentará o texto da reforma ao presidente Jair Bolsonaro.
Em razão disso, o mercado ficará atento à confirmação de quando o presidente sai do hospital, onde foi internado em 28 de janeiro. A fim de conquistar apoio dos governadores à proposta, há a possibilidade de os Estados terem alívio de caixa por meio de antecipação de receitas da União, segundo relata o jornal O Globo desta terça.
Às 9h18, o DI para janeiro de 2020 exibia 6,50%, mesma taxa do ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2021 exibia 7,21% ante 7,23% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2023 exibia 8,30% ante 8,34% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2025 exibia 8,82% ante 8,86% no ajuste de segunda-feira.