Gabriela Tunes*
postado em 07/02/2019 19:17
A empresa Infinity Asset divulgou, nesta quarta-feira (7/2), o Ranking Mundial de Juros Reais. Neste ano, 85% dos países optaram por manter as taxas. Apenas 5% fizeram opção pelo corte e 10% pela elevação. O Brasil caiu para a 7; colocação, com uma taxa de juros de 2,36% ao ano, sem alterações na posição do cenário prospectivo. Em termos nominais, ele ficou na 6; colocação, empatado com a Índia.
O ranking, que é feito sempre após o Copom divulgar a taxa de juros do Brasil, abrange 40 países que têm relevância global no mercado internacional de renda fixa. "O que varia nessas classificações são dois elementos independentes: a taxa nominal e a taxa da inflação projetada para 12 meses da divulgação"", explicou o economista chefe da Infinity, Jason Vieira. De acordo com ele, "países que fazem movimentos mais extremos, como a Turquia e a Argentina, apresentam resultados mais extremos". A Turquia ficou em primeiro lugar no ranking, com taxa de 5,88%, e a Argentina em segundo, com taxa de 4,92%.
De acordo com Flávio Serrano, economista da Haitong, a posição do Brasil reflete em um histórico de altas taxas de juros, o que tem a ver com incerteza da política econômica. "Historicamente, o Brasil tem juros altos devido à incerteza da insustentabilidade da dívida. Provavelmente passando a reforma da Previdência vamos ter a redução de juros", explicou.
Para haver uma redução é preciso resolver a parte fiscal, como explicou Luís Otávio de Sousa Leal, economista-chefe do banco ABC. "Se fizermos uma consolidação fiscal, o processo de reforma vai continuar e vamos ter taxas mais baixas", destacou.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli