As bolsas europeias apresentaram uma sessão negativa nesta quinta-feira, 7, em reação a um indicador da Alemanha, a projeções piores para a economia da região e a sinalizações cautelosas do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que se sobrepuseram a alguns balanços positivos. Mais para o fim do pregão, sinais de distanciamento no diálogo comercial entre Estados Unidos e China pioraram ainda mais o humor, levando as principais praças locais a fecharem todas nas mínimas do dia.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 1,49%, em 360,08 pontos.
A produção industrial alemã recuou 0,4% em dezembro ante novembro, o que contrariou a expectativa de alta de 0,8% dos analistas. Além disso, a Comissão Europeia cortou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro de 2019, de 1,9% para 1,3%, e em 2020, de 1,7% para 1,6%, diante das incertezas e das tensões comerciais.
Na frente política, a premiê Theresa May foi a Bruxelas tentar renegociar os termos da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. A UE tem reiterado que não está aberta a dialogar novamente, mas May apresentou alternativas para o status futuro da fronteira entre as Irlandas.
O BoE manteve a política monetária, e o presidente da instituição, Mark Carney, advertiu que um Brexit sem acordo representaria um choque que aumenta a chance de contração em alguns trimestres no país. Para 2020, o BoE cortou sua previsão de crescimento de 1,7% para 1,5%. As declarações de Carney sobre incertezas no cenário levaram as bolsas europeias a acentuar perdas.
Perto do fim do pregão, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que há uma "distância considerável" nas negociações comerciais EUA-China. Além disso, a rede CNBC afirmou, citando uma fonte do governo americano que o presidente Donald Trump considera "altamente improvável" uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, antes do fim do prazo da trégua bilateral no comércio, 1º de março, o que levou as bolsas europeias a fechar nas mínimas.
A Bolsa de Londres fechou em queda de 1,11%, em 7.093,58 pontos. Entre os papéis mais negociados, Lloyds caiu 1,82%, Vodafone cedeu 2,12% e Vast Resources teve baixa de 5,56%, enquanto OK Oil & Gas avançou 6,92%. Barclays recuou 3,19%. TUI caiu 19%, após reportar vendas abaixo do esperado no verão local.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 2,67%, a 11.022,02 pontos. No setor bancário alemão, Deutsche Bank caiu 6,33% e Commerzbank, 6,25%. No setor de energia, E.ON perdeu 1,17%. A montadora Daimler caiu 5,25% e BMW, 3,30%.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 caiu 1,84%, a 4.985,56 pontos. Entre as companhias que divulgaram balanço nesta quinta, Société Générale fechou em queda de 6,77% e Total, de 1,51%. Crédit Agricole cedeu 3,03%.
Em Milão, o FTSE-MIB teve baixa de 2,59%, a 19.478,32 pontos. Intesa Sanpaolo caiu 2,75% e Telecom Italia, 3,21%, mas BPM avançou 0,84%, na contramão da maioria.
Na Bolsa de Madri, o índice IBEX-35 recuou 1,79%, a 8.938,30 pontos. Santander teve baixa de 2,97% e Urbas Grupo Financiero cedeu 5,13%, entre os papéis mais negociados, enquanto Telefónica caiu 2,31%.
Em Lisboa, o índice PSI-20 caiu 1,52%, a 5.136,20 pontos. Banco Comercial Português teve baixa de 3,98% e Galp Energia, de 3,30%. (Com informações da Dow Jones Newswires)