Jornal Correio Braziliense

Economia

Juros longos fecham em alta com cautela sobre PEC da Previdência

Os juros futuros de longo prazo encerraram a sessão regular desta quarta-feira, 6, em alta firme, refletindo as preocupações do mercado com a tramitação da reforma da Previdência, enquanto as taxas dos vencimentos de médio e curto prazos terminaram perto dos ajustes de terça, com os investidores no aguardo pela divulgação do comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). No fechamento da etapa regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,365%, de 6,370% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 7,001% para 6,990% (mínima). O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 8,17% (8,092% na terça no ajuste) e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 8,612% para 8,71%. Na renda fixa, a adição de prêmios na ponta longa é amparada nas declarações de lideranças políticas na Câmara em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência. Após o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicar na terça que o texto deve passar pelo rito tradicional de propostas que mudam a Constituição, tramitando inclusive na comissão especial, os players estão colocando nos preços um atraso ainda maior na aprovação. Nesta quarta, mais cedo, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), afirmou ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que, sem alinhamento do governo na Casa, não há clima para se votar qualquer proposta. Com relação ao Copom, diante do consenso em torno da manutenção da Selic em 6,50%, o que gera expectativa é o comunicado, em especial a abordagem sobre o balanço de riscos para a inflação, que se apresentava assimétrico no encontro anterior. "A percepção é de que desta vez terá um tom simétrico", disse o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Mauricio Patini.