Os juros futuros operam com viés de alta, acompanhando a valorização generalizada do dólar ante seus pares principais e moeda de países emergentes exportadores de commodities, incluindo o real brasileiro. No Brasil, há alguma cautela entre agentes de câmbio em relação à votação da reforma da Previdência no primeiro semestre.
Às 9h47, o DI para janeiro de 2021 estava em alta a 6,99%, de 6,95% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 estava a 8,10%, de 8,04% no ajuste de sexta-feira. E o DI para janeiro de 2025 subia a 8,62%, de 8,55% do ajuste de sexta-feira. No câmbio, o dólar à vista subia 0,79%, a R$ 3,6870. O dólar futuro de março avançava 0,75%, a R$ 3,6920.
O mercado de juros começa a semana, passada as eleições à presidência da Câmara e Senado, sob expectativa de que o governo comece a dar detalhes sobre a reforma da Previdência e nos sinais sobre as chances de a reforma passar no Congresso.
A movimentação no cenário político pode, inclusive, ofuscar a decisão do Copom, na quarta-feira, visto que o mercado tem precificado maior chance de manutenção da Selic em 6,50% ao ano. Também nesta semana tem o IPCA de janeiro (sexta-feira).
Na Câmara, foi reeleito o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) em primeiro turno com 334 votos, de um total de 513 votos. No Senado, ganhou o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) em uma segunda votação, em eleição tumultuada, com 42 votos, de um total de 77.
Maia afirmou que é possível votar a Previdência até julho, como deseja o governo de Jair Bolsonaro, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo desta segunda-feira. Após a vitória, no entanto, ele ponderou nova forma do presidente Jair Bolsonaro trabalhar pode não resultar em 308 votos, o mínimo necessário para aprovação de emendas constitucionais. Alcolumbre, por sua vez, disse não ter "dúvida que a prioridade será votarmos a reforma da Previdência".
Em relatório divulgado nesta segunda, o JPMorgan prevê agora que há 80% de chance de que o governo aprove "pelo menos uma modesta reforma da Previdência social", ainda que conte com dificuldades nas negociações, principalmente no Senado.
Pesquisa Focus divulgada mais cedo aponta que a mediana para o IPCA este ano desacelerou de alta de 4,00% para elevação de 3,94%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%. As projeções para Selic em 2019 eliminaram a chance de alta de juros, passando de 7% para 6,50%. Para o fim de 2020, as estimativas seguiram em 8% ao ano.
Também foi informado que o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,58% em janeiro, acelerando em relação ao leve ganho de 0,09% registrado em dezembro e também ante o acréscimo de 0,43% observado na terceira quadrissemana do mês passado. O resultado de janeiro ficou dentro do intervalo das projeções de sete instituições de mercado consultadas pelo Broadcast, que iam de alta de 0,49% a 0,60%, mas acima da mediana das previsões, de 0,56%.
Já o IPC-S desacelerou em três das sete capitais pesquisadas na última quadrissemana de janeiro na comparação com a leitura anterior. No fechamento do mês, o IPC-S apresentou alta de 0,57%, após expansão de 0,29% na terceira quadrissemana de janeiro.