Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa passa a cair com o mercado acompanhando eleições no Congresso

Pela manhã, os negócios locais apontavam para ganhos. No entanto, com o receio em torno do dia no Congresso Nacional, investidores reduziram o apetite ao risco


O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), opera em queda de 0,81%, aos 97.192 pontos (às 15h30), após ensaiar um movimento de alta pela manhã. De acordo com analistas, os agentes econômicos monitoram, nesta tarde, as eleições no Congresso Nacional para a Câmara dos Deputados e para o Senado. Já o dólar, no mesmo horário, era negociado a R$ 3,656 a venda, valor estagnado em relação ao fechamento de quinta-feira (31/01).

Passado o mês de dezembro, a Bolsa brasileira subiu 10,8%, com investidores otimistas em relação ao cenário fiscal doméstico, com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência. Além disso, a movimentação financeira para o primeiro mês de 2019 é notável: R$ 16,7 bilhões, superior ao giro médio de 2018. Já o dólar norte-americano apresentou desvalorização, em janeiro, de 5,66%. O movimento da divisa estrangeira relaciona-se, principalmente, à decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), pela manutenção da taxa básica de juros da economia norte-americana, entre 2,25% e 2,50%, evitando o fluxo de recursos de emergentes para a economia estadunidense.

Na cabeça dos agentes econômicos, caso o BC dos EUA decidisse pela elevação dos juros, isso implicaria, naturalmente, em uma fuga de capitais, o que economistas chamam de ;fly to quality; (fuga para qualidade) para os treasuries, títulos da dívida pública dos EUA, que são considerados um dos investimentos mais seguros do mundo, o que retiraria recursos de emergentes, contribuindo para uma eventual pressão no câmbio local, afetando o real.

Agora, os donos do dinheiro se debruçam em torno das eleições no Congresso. Os presidentes das duas casas terão papel fundamental na condução da votação de reformas fiscais consideradas essenciais pelo mercado financeiro, como a reforma da Previdência, que é aguardada ansiosamente pelos investidores locais e estrangeiros, assim como a Tributária. De acordo com economistas, o Ibovespa está muito próximo de atingir os 100 mil pontos, percurso interrompido pela queda das ações ordinárias da Vale na segunda-feira (28/1), acarretando o pior pregão da história da companhia. A Vale tem peso considerável na composição de carteira teórica do Ibovespa.

* Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca