Jornal Correio Braziliense

Economia

Disney terá de vender canal de esporte no Brasil para comprar Fox, diz Cade

A empresa anunciou a compra da Fox em um negócio avaliado em mais de US$ 50 bilhões; a fusão deixa com um mesmo dono dois dos principais canais esportivos da TV por assinatura

Para aprovar a compra da Fox pela Disney, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) exige que a empresa se desfaça de canais esportivos. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a venda está em negociação entre o conselho e a Disney e a tendência é que seja firmado um acordo entre as partes.


A Disney anunciou a compra da Fox em dezembro do ano passado em um negócio avaliado em mais de US$ 50 bilhões. No Brasil, a fusão deixa com um mesmo dono dois dos principais canais esportivos da TV por assinatura, a ESPN e a Fox Sports - apenas a SporTV, da Globosat, não seria do grupo.

O Cade tem até março para analisar o negócio. Havia expectativa de que o processo entrasse na pauta de julgamento desta quarta (30/1), mas as negociações não foram concluídas e o caso só deve ser julgado em fevereiro. O conselho pode exigir que a empresa se desfaça de todos ou de apenas parte dos canais de esporte.

Em dezembro, a superintendência geral do Cade recomendou ao tribunal do órgão que imponha restrições ao negócio por entender que a operação causa um aumento significativo na concentração no mercado de canais esportivos, e que não poderá ser aprovada da forma como foi apresentada ao conselho.

A superintendência considerou que tal concentração seria preocupante, com potencial de reduzir a qualidade e diversidade do conteúdo esportivo disponível, além de aumentar custos que poderiam ser repassados aos consumidores. "Hoje, só um concorrente de grande audiência é capaz de rivalizar com esses canais", afirmou o parecer.

Apesar disso, os técnicos consideraram que não há aumento na concentração significativo em outros mercados analisados e que há concorrentes capazes de rivalizar com a nova empresa em áreas como distribuição de filmes - assim, reprovar a operação seria desproporcional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.