Jornal Correio Braziliense

Economia

Eletrobras prevê apresentar produto de discussão com MME sobre capitalização

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, comentou nesta terça-feira, 29, que tem discutido semanalmente com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) as alternativas para a planejada operação de capitalização da companhia. "Devemos, em breve, apresentar o produto das discussões para a sociedade", disse. Ele não detalhou o que tem sido discutido, mas lembrou que, no passado, já houve uma discussão sobre tema e indicou que alguns pontos podem passar por aprimoramento. Ainda assim, estimou que "seria factível" a realização de uma operação em 12 meses. Ferreira Junior salientou, no entanto, que isso depende de uma solução os problemas decorrentes do risco hidrológico (GSF), questão que tem sido tratada como prioridade pelo MME. O ministro Bento Albuquerque já declarou que pretende apresentar uma solução para o tema em um mês a partir do início dos trabalhos legislativos. "Acaba sendo positiva para nós no sentido de criar o perfeito equity story", disse. A jornalistas, ele comentou que a solução serviria como base também para uma operação de descotização das usinas operadas pelo sistema de cotas pela companhia. Essas usinas têm seu custo relacionado ao GSF assumido pelos consumidores, mas a avaliação realizada anteriormente é que o valor da companhia seria maior e atrairia maior interesse de investidores se essas usinas passassem a ser operadas como produtora independente de energia. "Não é o caso de uma privatização comum, mas de uma empresa que, para se desenvolver, precisa se capitalizar", disse. Ferreira Junior comentou que pela participação da Eletrobras no mercado de geração e transmissão, a companhia deveria realizar investimentos da ordem de R$ 12 bilhões ao ano, significativamente acima dos quase R$ 4 bilhões atuais. Questionado sobre o montante esperado de capitalização, Ferreira Junior comentou que no passado as estimativas eram da ordem de R$ 12 bilhões, mas sugeriu que o valor pode vir a ser maior, tendo em vista a valorização dos papéis da companhia ao longo do último ano. "O valor ideal de capitalização é o que garanta valor à mudança de perspectiva operacional com descotização e uma entrega de recurso que permita diluição da União dos mais de 63% tem para 49%", disse.