"Depois de um período complexo, vislumbramos uma melhora no ambiente macroeconômico e percebemos uma melhora na confiança do consumidor, que nesse momento se sente um pouquinho mais a vontade pra gastar", comentou Camargo. "Percebemos no nosso negócio essa mudança do sentimento das pessoas no último trimestre do ano e vemos a continuidade disso no início de 2019", conclui.
Maior franquia independente do McDonalds no mundo, a Arcos Dorados encerrou o mês de setembro com 939 restaurantes no Brasil. Já houve inaugurações durante os meses finais de 2018, mas os números ainda não são públicos. Para 2019, no entanto, a meta é crescer ainda mais.
A companhia emprega majoritariamente jovens, que estão em sua primeira experiência no mercado de trabalho. Cerca de 90% do quadro de funcionários no Brasil é formado por colaboradores de até 25 anos. "Somos um negocio de mão de obra intensiva", diz Camargo, que destaca ainda que a companhia treina e forma jovens que acabam seguindo carreiras fora da empresa. "Compreendemos isso quase como uma função social", diz.
Investimentos
A meta da Arcos Dorados divulgada no ano passado era investir até R$ 1,25 bilhão no Brasil durante o triênio que se encerra em 2019. Os investimentos previstos incluíam expansão e modernização dos restaurantes, que passaram a incorporar novas tecnologias, como totens de autoatendimento. Em meio ao otimismo com a abertura de novos pontos de venda, a empresa deve, no entanto, atualizar a previsão de investimentos em breve.
"Já temos a liderança desse mercado (de alimentação) e pretendemos ampliá-la", comentou Camargo. Ele considera que hoje seria preciso somar o faturamento de ao menos cinco das cadeias de fast food concorrentes para se atingir o tamanho do McDonald;s no Brasil. Ainda assim, enxerga oportunidades de expansão para novas cidades no interior ou mesmo bairros mais distantes do centro em grandes capitais.
O momento mais otimista vem depois de a Arcos Dorados ter passado por diversas mudanças na condução dos negócios. Camargo comenta que os anos da crise econômica no País, ocorrida a partir de 2015, foram anos de "defesa do fluxo de caixa", ou seja, em que o investimento em expansão deixou de ser prioridade. Naquele momento, o McDonald;s ainda foi confrontado no Brasil com o crescimento das hamburguerias independentes e food trucks. Enfrentou o cenário lançando novas linhas de produtos "premium" e criando alternativas de baixo preço no cardápio, os chamados Clássicos do Dia.
"O período passado foi de busca de eficiências. Agora, estamos num momento de acelerar, de estar em novas cidades e inaugurar novos pontos de venda", conclui Camargo.