Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 23/01/2019 10:25
O Brasil criou 529,5 mil empregos no ano de 2018, segundo dados oficiais do Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged), agora sediado no Ministério da Fazenda. É o primeiro crescimento dos últimos três anos e o melhor saldo dos últimos cinco anos, no entanto, a taxa de desempregos continua alta. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, comemorou o resultado, mas atacou governos passados e afirmou que o governo pretende intensificar a reforma trabalhista. O setor de serviços manteve a liderança com o maior número de contratações, pouco mais de 398 mil vagas criadas, já a administração pública fechou 4.190 vagas.
Mesmo que todas as regiões tenham apresentado um resultado positivo, cerca da metade dos empregos foram criados na região Sudeste, com 251.706. O estado de São Paulo liderou o crescimento com 146.596 postos criados. A região Norte foi a que teve a menor recuperação no índice, com 28.161 empregos criados. Logo em seguida está o Centro-Oeste (66.825), depois o Nordeste (80.639) e, logo em segundo está a região Sul (102.223).
O secretário Rogério Marinho comemorou os números, mas também chegou a criticar a situação econômica apresentada, em especial, pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff. ;Esse período de 2012 a 2017 é um período a ser esquecido no país. Os erros cometidos não podem voltar a se repetir no futuro;, afirmou.
Marinho também chegou a dizer que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende intensificar a reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer. ;Essa administração vai acentuar as conquistas da reforma trabalhista. Há a necessidade de retirar ainda mais a tutela do estado para facilitar aqueles que querem empreender no brasil;, afirmou.
Para ele, o modelo de CLT é ;importante;, ;precisa ser apoiado;, mas não contempla as novas formas de trabalho, como, por exemplo, os serviços prestados pela empresa de transporte Uber. ;O governo vai trabalhar para que um número maior de empregos saia da informalidade;, ressaltou.
Já a greve dos caminhoneiros, no ano passado, foi considerada pelo secretário o responsável por impediu um melhor resultado. ;Certamente seria mais robusto;, enfatizou.
O documento apresentado também mostra que os trabalhos intermitente e parcial também mostraram um saldo positivo, com 9.777 e 28.773 vagas, respectivamente. Este número pode sinalizar que, mesmo que o Brasil tenha criado emprego, a qualidade do emprego formado também precisa ser avaliada. O trabalho intermitente foi puxado pelos setores de comércio e serviços, 2.742 e 1.556 respectivamente. Já o modelo de trabalho em período parcial, a área de serviços teve uma perda expressiva, de 2.269 postos.
Dados divulgados pelo governo também mostram que houve diminuição no número de empregos criados. O salário médio de admissões foi de R$ 1.531,28, enquanto o de desligamento foi de R$ 1.728,51.
Saldo no número de empregos
Extração mineral: 1.473 vagas;
Indústria de transformação: 2.610;
Indústria de utilidade pública: 7.849;
Construção civil: 17.957;
Comércio: 102.007;
Serviços: 398.603;
Administração pública: -4.190 (perda);
Agropecuária: 3.245.