Jornal Correio Braziliense

Economia

Assistentes virtuais impulsionam revolução nas relações de consumo

Assistentes virtuais que atendem a comando de voz e substituem atendentes reais foram a grande novidade da maior feira de tecnologia do mundo, realizada neste mês, em Las Vegas

 
São Paulo — O diálogo entre consumidores e máquinas tem sido conflituoso nos últimos anos, especialmente quando se busca uma solução para problemas com operadoras de telefonia, bancos ou muitas outras empresas nos famosos Serviços de Atendimento ao Consumidor, os SACs. Esses problemas de comunicação, porém, estão sendo gradualmente equacionados por novas tecnologias.

Os assistentes virtuais foram as grandes estrelas do Consumer Electronics Show 2019 (CES), evento que reuniu, na segunda semana deste mês, os gigantes do setor em Las Vegas, nos Estados Unidos. Foram muitas as novidades. Teste do modo intérprete do Google Assistant, chuveiros que ligam e desligam a partir do comando de voz e, cada vez mais, produtos integrados à assistente virtual Alexa, da Amazon.
 
Um dos brasileiros que estiveram lá, o executivo Marcelo Trevisani, diretor da empresa de tecnologia CI&T, afirma que, em um futuro não muito distante, conversaremos muito com nossas máquinas e a voz vai nos salvar dos celulares. “Estamos diante de uma nova revolução tecnológica”, afirma o executivo. “As possibilidades apresentadas pela Inteligência Artificial (IA) estão transformando alto-falantes em assistentes virtuais, capazes de mudar o modo como nos relacionamos com o mundo à nossa volta.”
 
Entre as principais novidades que estão apresentando melhorias se destacam a Siri, da Apple, a Alexa, da Amazon, e o Google Assistant, do Google, entre muitos outros. Essas plataformas, segundo Trevisani, estão iniciando uma revolução que vai transformar os negócios por meio de um elemento essencialmente humano: a voz.

Através de uma experiência totalmente personalizada, uma assistente digital pode fazer desde uma simples busca no Google até marcar seu próximo compromisso. Você pergunta, ela responde, sem nenhuma tela como interface. Trata-se do screenless, em que o usuário vive uma tecnologia fluída, presente em todos os espaços e momentos.

Em vez de desbloquear uma tela, abrir um aplicativo, digitar, selecionar opções, as próprias plataformas de IA podem fazê-lo por você a partir de uma orientação ou, em um futuro muito próximo, de forma proativa, sem necessidade de comando prévio.

É o primeiro sinal de que carros, casas, equipamentos eletrônicos e até eletrodomésticos podem ser comandados por meio de uma nova interface, a voz, ou melhor, das assistentes virtuais que usam dela.
Nesse universo, as assistentes serão evoluídas a ponto de servir não apenas para facilitar a sua vida, mas para dar conselhos sobre compras, ajudar em muitas de suas decisões de rotina, recomendar soluções para problemas, organizar a sua agenda e permitir que você conheça novos produtos e serviços assim que forem lançados.

Isso é possível graças à capacidade dos sistemas baseados em Inteligência Artificial de acompanhar o comportamento das pessoas, conhecer os seus hábitos e aprender a atender às suas necessidades.
Com uma crescente habilidade de reunir, analisar e trabalhar com as informações geradas pelas interações na internet, histórico de conversas, rastros e registros, a IA transforma as assistentes em canais entre usuários e ferramentas, simples ou complexas, de compras, gerenciamento de tempo, relacionamento, entre outras. “Não há como escapar. A mudança provocada pela era das assistentes será muito grande. Entraremos em um mundo machine-to-machine”, acrescenta Trevisani.

A popularização desses gadgets é a prova de que caminhamos para um mundo em que a interação não se dará mais pela tela de desktops, notebooks, celulares e smart TVs, e as gigantes mundiais estão de olho nisso.

Empresas como Google, Amazon, Apple, Microsoft e Alibaba têm apresentado plataformas de Inteligência Artificial com assistentes digitais cada vez mais potentes. Um exemplo é a Apple, que lançou, em 2018, o “HomePod”, uma caixa de som inteligente controlada pela Siri.

Também em 2018, fomos apresentados ao Watson Assistant, da plataforma Watson da IBM. A pioneira Amazon, que, em 2014, trouxe a Alexa, vem produzindo dispositivos que podem ser conectados a ela, como o Echo e o Echo Bot.