O mercado futuro de juros ajustou as taxas para baixo nesta terça-feira, 8, refletindo um ambiente ainda de perspectivas positivas, apesar das incertezas dos ambientes interno e externo. Com o noticiário bastante escasso, principalmente no período da tarde, o ajuste foi favorecido pela queda do dólar, que ocorreu a despeito do fortalecimento da moeda americana ante divisas de países emergentes.
"O dia foi de viés positivo moderado. O mercado de juros já precificou as sinalizações do novo governo e agora aguarda fatos novos, como melhora do quadro externo, detalhamento de reformas ou novas sinalizações do governo", disse Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Indosuez Brasil.
A expectativa por sinalizações acompanhou os negócios desde cedo, com os investidores atentos à reunião ministerial em Brasília, que não trouxe desdobramentos. À tarde, o foco estava na reunião dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, marcada para as 17h. Onyx falou à imprensa pouco antes do encontro e disse que a proposta de reforma da Previdência ainda está em aberto.
O encontro teve uma série de sinalizações no sentido do entendimento entre os dois ministros. Onyx foi até o Ministério da Economia, numa atitude incomum para o chefe da Casa Civil, que despacha no Palácio do Planalto. O ministro ainda chegou ao encontro portando uma caixa de chocolates. "Nunca tive briga com Paulo Guedes", afirmou. O ministro da Casa Civil disse que a proposta de reforma deve ser apresentada ao presidente Jair Bolsonaro na próxima semana. Onyx reconheceu que a fala do presidente sobre idades mínimas "tem muita força".
As declarações chegaram já no período estendido de negociação e pouco influenciaram as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Ao final da etapa estendida na B3, o contrato com vencimento em janeiro de 2020 terminou o dia com taxa de 6,57%, na mínima do dia, ante 6,58% do ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2021 projetou 7,36%, de 7,40% do ajuste de segunda-feira. Na ponta mais longa da curva a termo, o DI para janeiro de 2023 teve taxa de 8,42% (mínima), ante 8,47%. A do DI para janeiro de 2025 recuou de 9,00% para 8,93%.
Pela manhã, os destaques ficaram com os dados da produção industrial de novembro e a inflação medida pelo IGP-DI em dezembro. O IGP-DI apontou queda de 0,45% no mês passado, ante deflação de 1,14% em novembro. Já a produção industrial subiu 0,1% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, conforme divulgou o IBGE. O resultado veio abaixo da mediana das estimativas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 0,20%. Em relação a novembro de 2017, a produção caiu 0,9%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um recuo de 1,20% a avanço de 1,40%, com mediana negativa de 0,37%.