A queda no preço do barril de petróleo no mercado internacional puxou a redução dos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em novembro. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 1,54% no mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as 24 atividades industriais pesquisadas, 11 apresentaram aumentos de preços no mês.
"Todas as atividades importantes estão com quedas de preços, especialmente refino de petróleo e outros produtos químicos", apontou Alexandre Brandão, gerente do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.
Em termos de influência, os segmentos que mais contribuíram para a queda do IPP em novembro foram refino de petróleo e produtos de álcool (com queda de 7,23% e impacto de -0,93 ponto porcentual), outros produtos químicos (recuo de 4,18% e contribuição de -0,46 ponto porcentual) e alimentos (queda de 1,24% e impacto de -0,22 ponto porcentual).
Segundo Brandão, o câmbio ajudou menos a derrubar o IPP em novembro do que em outubro, embora ainda tenha ocorrido um efeito defasado da valorização do real sobre os preços industriais, especialmente no setor alimentício. Em novembro, o real teve uma desvalorização média de 0,8% ante o dólar. Em outubro, a moeda brasileira tinha subido 8,8% em relação à americana, calculou o IBGE.
"O IPP teve influência do câmbio, mas o efeito maior foi em outubro. Deu para ver claramente em novembro o efeito do barril na cadeia de derivados do petróleo. Caiu o preço do petróleo, caiu o preço de todos os derivados", afirmou Brandão, mencionando os reflexos sobre as atividades de refino e de outros produtos químicos.
Na direção oposta, a alta de preços mais relevante em novembro foi a de máquinas e equipamentos, 1,59% mais caros, uma contribuição de 0,06 ponto porcentual para o IPP de novembro.