Empossado, o novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu que a estatal é dominante em toda a cadeia produtiva e, por isso, é preciso mudanças na estrutura legal e regulatória para a venda de ativos. Segundo ele, isso atrai investidores privados. Além disso, ressaltou que a política de preços continuará a seguir as variações do mercado internacional. As declarações foram dadas em solenidade na sede da estatal, localizada na Avenida República do Chile, no Rio de Janeiro.
Castello Branco disse que essa dominância não é bom para a companhia e para a sociedade brasileira. A venda de ativos permitirá viabilizar um mercado mais competitivo, segundo ele. Sobre os preços dos combustíveis, disse que vai ;atender ao mercado internacional. ;Um sonoro não aos subsídios e um sonoro não à tentativa do exercício de poder de monopólio;, defendeu.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, estava presente na cerimônia, mas não discursou. Castello Branco iniciou o discurso agradecendo à família, aos amigos e ao presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que se dedicará com ;enerme entusiasmo e todo empenho; para administrar a maior empresa do Brasil. ;A eleição do presidente é um marco histórico e oportunidade única de colocar o Brasil no caminho da prosperidade;, declarou.
De acordo com o novo presidente da estatal, o populismo asfixiou a companhia e permitiu aumento dos gastos públicos. Classificou as políticas adotadas até então como ;redistributivismo perverso;, através de privilégios e monopólios para pequenos grupos de interesses.
Roberto Castello Branco é ex-membro do conselho administrativo da Petrobras, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas ficou pouco tempo, saindo em 2016. Nesse período, disse que pode compreender os problemas enfrentados pela companhia, que atravessava uma crise moral e financeira. ;Foi saqueada por uma organização criminosa de políticos corruptos;, criticou.
Na interpretação do novo presidente, as últimas gestões de Pedro Parente e Ivan Monteiro colocaram a estatal nos trilhos. Castello Branco disse que os monopólios restringem a oportunidade de escolha. ;Quanto maior a intromissão do estado, mais restrita é a liberdade, menor o crescimento econômico e maior oportunidade para distribuição de favores. É uma fábrica de construção de pobres;, enfatizou.
O presidente disse que a visão estratégica se baseará em cinco frentes: gestão de portfólio, minimização do custo por capital, busca por menores custos, meritocracia, segurança do trabalho e proteção do meio ambiente.