A máquina do governo virou gigantesca engrenagem perversa de transferência de renda, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em referência aos gastos com a Previdência. Em seu primeiro discurso à frente do cargo, Guedes chamou de "piratas privados" as empresas que foram beneficiadas por recursos de bancos públicos sem que gerassem o retorno esperado para a economia e para o mercado de trabalho. Ele indicou que pretende reduzir a "asfixia" que domina hoje gastos prioritários em saúde, educação e cidadania.
"Os bancos públicos se perderam em grandes problemas com piratas privados e burocratas políticos. Burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro", afirmou Guedes, que nesse momento foi aplaudido pela plateia na cerimônia de transmissão de cargo.
O ministro criticou o excesso de gastos do governo federal e afirmou que o crescimento das despesas corrompeu a política e estagnou a economia. "O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos e parou de crescer pelo excesso de gastos. A reforma do Estado é chave para a correção desse fenômeno", defendeu.
"O governo age como se não houvesse amanhã, se endivida e transfere pra frente", acrescentou o ministro, ressaltando o elevado patamar de gastos com juros da dívida pública. Ele destacou que o Banco Central é independente para definir a taxa de juros, mas disse que "o estoque da dívida está aí e cumprimos contratos".
O ministro sinalizou que o futuro secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos, Salim Mattar, fará a correção de desequilíbrios. "Vamos vender ativos, desacelerar a dívida, talvez controlemos nominalmente essas despesas. Deixa de ser a asfixia de recursos para saúde, educação, cidadania, e o Brasil deixará de ser paraíso do rentista e inferno para empreendedores", afirmou.