Os juros futuros terminaram a penúltima sessão de 2018 em queda firme no trecho intermediário e longo da curva a termo, refletindo essencialmente a perspectiva otimista do investidor com o novo governo que toma posse na próxima semana. O alívio de prêmios, porém, não teve respaldo de volume nesta quinta-feira, 27, pois o giro de contratos, a exemplo da quarta-feira, ficou abaixo do padrão, já com vários players na folga das festas de fim de ano. As taxas curtas fecharam perto da estabilidade, mas com viés de queda.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a sessão estendida em 6,58%, de 6,601% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 terminou em 7,40%, de 7,422% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 8,632% para 8,59% e a do DI para janeiro de 2025, de 9,212% para 9,14%.
Pela manhã, as taxas tiveram oscilação restrita, com sinal de baixa, mesmo diante da pressão no câmbio que, à tarde, se esvaiu. Com isso, os juros passaram a jornada vespertina renovando mínimas e alguns contratos, como o de janeiro de 2020 e janeiro de 2023, terminaram a quinta-feira com taxas nas mínimas do ano.
Profissionais da área de renda fixa destacaram o desempenho da ponta longa, que nos últimos dias vêm se comportando bem mesmo diante do aumento do estresse no exterior e alta do dólar.
Para o Diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados, Rogério Braga, na medida em que vai se aproximando o novo governo o mercado tem renovado sua confiança na evolução das reformas e medidas na área microeconômica que podem ajudar no crescimento do País e resultar em taxas de juros estruturais mais baixas. "Essa narrativa tem tido apelo e tirado prêmio da ponta longa", disse.
Outro gestor vê um pouco dessa confiança com o novo governo mais o movimento global de queda de juros como responsáveis pela redução da inclinação da curva. "A curva longa não para de cair. Talvez seja fluxo por alocação de estrangeiro. Mas é só no DI longo por ora, a NTN-B 2050 andou bem menos", afirmou. "O pré tem bastante notícia boa sobre o novo governo embutida. Se não vier, podemos ter um 'barata voa'", complementou.
No exterior, a taxa da T-Note de dez anos, que é o melhor referencial para a curva doméstica, está em níveis bem mais comportados, na casa dos 2,75%, após ter rompido os 3% no começo do mês.