O comportamento do Ibovespa nesta quarta-feira, 26, pode ser dividido em duas partes. Pela manhã, o índice abriu em queda como resultado de um ajuste ao forte recuo dos índices norte-americanos na segunda-feira, 24, que foi de mercados fechados em São Paulo, mas não em Nova York. À tarde, no entanto, a perda foi amenizada pela recuperação das bolsas dos EUA e ao avanço do petróleo, em um dia de noticiário fraco no cenário doméstico.
Por volta das 12 horas, quando ainda se ajustava à queda dos mercados internacionais no dia 24, a Bolsa caía 1,59%. No fim do dia, após a melhora do humor no exterior, fechou em baixa de 0,65%, aos 85.136,10 pontos.
"À medida em que o petróleo começou a se recuperar, isso acabou melhorando o humor do mercado internacional, com o S chegando a subir mais de 2%. Isso acabou puxando as empresas do Ibovespa mais ligadas ao mercado internacional, especialmente as blue chips", afirmou Raphael Figueiredo, analista da Eleven Financial.
Sem notícias relevantes no cenário doméstico, as atenções dos investidores se voltaram para os Estados Unidos e a tudo o que envolve o governo de Donald Trump. Em Nova York, os negócios operaram com volatilidade em meio a dúvidas sobre a permanência de Jerome Powell no cargo de presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após críticas de Trump à instituição. No entanto, o diretor do Conselho de Assuntos Econômicos da Casa Branca, Kevin Hassett, garantiu nesta quarta que o emprego Powell está "100% seguro", contribuindo para a alta dos índices.
A recuperação de Nova York e do petróleo, no entanto, não foi suficiente para que o Ibovespa voltasse ao terreno positivo. Além de o índice ainda estar sofrendo os efeitos do tombo de segunda-feira nos Estados Unidos, operadores lembram que é comum na última semana do ano haver retirada de recursos por parte dos estrangeiros em função de benefícios fiscais em seus países de origem.