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Economia

Com alta do dólar, brasileiros gastam menos no exterior

As despesas no exterior caíram 13,2% em relação ao mesmo mês de 2017 para US$ 1,385 bilhão, de acordo com o Banco Central.

A valorização do dólar ante o real fez os brasileiros gastarem menos em viagens internacionais em novembro. As despesas no exterior caíram 13,2% em relação ao mesmo mês de 2017 para US$ 1,385 bilhão, de acordo com o Banco Central. Como houve recuo, também, do que os estrangeiros deixaram no país ; de 4,3% na mesma base de comparação, para US$ 464 milhões ;, o deficit na conta viagens internacionais atingiu US$ 921 milhões, 17% menor do que no ano passado. Em igual mês de 2017, o deficit havia somado US$ 1,110 bilhão.

No ano até novembro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 11,431 bilhões. O valor é 5,3% menor que o saldo observado em igual período do ano passado, de US$ 12,070 bilhões. Para 2018, o BC estima um deficit de US$ 13 bilhões nesta rubrica, ante os US$ 13,192 bilhões registrados em 2017. No caso de 2019, a projeção é de deficit em viagens de US$ 17,0 bilhões.

Essas mudanças na conta de viagens estão ligadas ao movimento do câmbio. O dólar médio em novembro foi de R$ 3,79, afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, ante R$ 3,26 do mesmo mês do ano passado. ;Foram 18,7% de desvalorização no câmbio, que encarece o total da despesa dos viajantes brasileiros ao exterior;, disse.

Segundo Rocha, o resultado da rubrica viagens internacionais contribuiu para a redução no deficit na conta de serviços do balanço de pagamentos. No mês passado, o rombo nessa conta foi de US$ 2,711 bilhões, 13% inferior aos US$ 3,124 bilhões do mesmo período de 2017.

Após o superavit de US$ 329 milhões em outubro, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 795 milhões no mês. O BC projetava para o mês passado deficit de US$ 1,7 bilhão na conta-corrente. A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 3,576 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,711 bilhões, assim como a de renda primária, com deficit de US$ 1,901 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 25 milhões.

No acumulado de onze meses, o rombo nas contas externas soma US$ 12,114 bilhões. A estimativa do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) desta semana, é de deficit em conta-corrente de US$ 17,6 bilhões em 2018 e de US$ 35,6 bilhões em 2019.

Já nos 12 meses até novembro, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 14,020 bilhões, o que representa 0,74% do Produto Interno Bruto (PIB).


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