O consórcio Chimarrão, formado pela empresa de origem espanhola Cymi Construções e Participações (50%) e pelo Brasil Energia Fundo de Investimentos (50%), da Brookfield, venceu a apertada disputa pelo o lote 10 do leilão de transmissão que acontece na sede da B3, em São Paulo. O grupo ofereceu Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 219,5 milhões para construir e operar a concessão. O montante corresponde a um deságio de 42,38% em relação à RAP máxima estabelecida para o empreendimento, de R$ 380.964.932,00.
A empresa superou sua principal oponente Cteep em uma intensa disputa a viva-voz, que durou 11 rodadas. Na primeira fase, também apresentaram propostas pelo lote 10 outros três grupos de investidores, incluindo a Engie, a Sterlite e a Alupar (por meio do consórcio Olympus VI, do qual faz parte também a Perfin Administração de Recursos).
O lote 10 é o segundo maior ofertado no leilão desta quinta-feira, 20, e é composto por parte dos empreendimentos que haviam sido arrematados pela Eletrosul em leilão realizado em 2014, mas que a estatal não conseguiu executar no prazo estabelecido nem foi bem sucedida na tentativa de atrair um investidor, levando o governo a determinar a retomada da concessão.
Fazem parte do lote sete linhas de transmissão, além de outros trechos menores, somando 1.193 quilômetros de extensão, e duas subestações, com capacidade de transformação de 2.688 MVA, a serem construídas no Estado do Rio Grande do Sul. Os empreendimentos exigirão investimentos de R$ 2,432 bilhões e devem gerar 6.088 empregos diretos, segundo estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A agência explica que o projeto visa à integração do potencial eólico do Estado do Rio Grande do Sul, especialmente na região do Escudo Rio Grandense, litoral sul e Costa da Lagoa dos Patos. As obras têm prazo de 48 meses para serem executadas.