Os juros futuros operam em baixa nesta quinta-feira, 20, influenciados pelo dólar fraco no exterior e frente o real. O mercado de renda fixa também se ajusta à visão dos analistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) foi menos suave que o esperado em sua sinalização para o aperto monetário em 2019.
O Fed elevou seu juro básico em 0,25 ponto porcentual pela quarta vez este ano, para a faixa de 2,25% a 2,50%, como era amplamente esperado, e reduziu sua projeção de novos aumentos de juros em 2019, de três para dois. Porém, o mercado já vinha precificando a hipótese de pausa no aperto monetário. Além disso, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado mais cedo, veio em linha com a ata do Copom.
No RTI, o BC reitera que os principais riscos estão associados à alta da aversão ao risco no exterior e que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve Selic no nível vigente. Na ata do Copom desta quarta-feira, 19, o BC mostrou um tom mais contido que o do comunicado da reunião quando manteve a Selic em 6,50% ao ano, na semana passada, e com isso o mercado segue esperando juros estáveis por mais tempo - mas deixou de cogitar qualquer chance de uma queda de juros no ano que vem.
Na esteira dos indicadores mais recentes de atividade, que mostram recuperação ainda lenta da economia, o Banco Central manteve sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 em 2,4%. O RTI indica ainda que a projeção de 2019 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - caiu ligeiramente, de expansão de 4,6% para 4,4%.
Às 9h55, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caía a 7,43%, de 7,46% no ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2023 recuava a 8,69%, de 8,74% no ajuste de ontem. E o DI para janeiro de 2025 cedia a 9,31%, de 9,37% no ajuste anterior. No câmbio, o dólar à vista recuava a R$ 3,8620 (-0,69%) neste mesmo horário.
Mais cedo, a prévia da Sondagem da Indústria de dezembro sinalizou aumento de 0,2 ponto do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao número final de novembro, para 94,5 pontos, a segunda alta consecutiva, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Ainda assim, o resultado preliminar de dezembro sinaliza queda de 0,9 ponto porcentual do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci), para 74,3%, menor resultado desde setembro de 2017 (74,1%).