Na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o presidente americano, Donald Trump, criticou novamente o aperto monetário promovido pela instituição. Em sua conta no Twitter, o republicano afirmou esperar que "o pessoal do Fed" leia o editorial de hoje do Wall Street Journal "antes de cometer mais um erro".
"Além disso, não deixem o mercado ficar ainda mais ilíquido do que já está", demandou ele do BC. "Sintam o mercado, não se baseiem apenas em números inúteis. Boa sorte", concluiu.
Ontem, Trump já havia usado a mesma plataforma para alegar ser "incrível" que o Fed esteja "sequer" considerando mais uma elevação da taxa básica de juros. "Aceite a vitória", exclamou vagamente.
Apesar dos tuítes do regente da Casa Branca, uma alta da taxa dos Fed Funds em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 2,25% e 2,50%, ainda é amplamente aguardada por agentes de mercado.
No artigo a que Trump se referiu hoje, a mesa editorial do Wall Street Journal escreve sobre a decisão do Fed que a coisa certa a fazer é "ignorar a política, dentro e fora do Fed, e seguir os sinais que sugerem uma pausa prudente na elevação de taxas". "Simplesmente não há sinal de uma disparada da inflação."
O WSJ reconhece que essa pausa entraria em conflito com a orientação futura dada pelo BC americano até agora e com o seu gráfico de pontos, mas argumenta que, se for verdade que o Fed é "dependente de dados", ele deveria seguir os atuais dados econômicos. "Quanto ao Sr. Trump, o Sr. Powell pode defender a pausa pelos seus méritos e dizer explicitamente que o presidente não teve influência", conclui o jornal americano.