Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar tem dia volátil e cai 0,19%, para R$ 3,8993

A última semana de negócios antes das festas de fim de ano começou com volatilidade alta no câmbio, em segunda-feira, 17, marcada por volume mais tímido de negócios. Pela manhã, fatores técnicos predominaram e, diante da maior procura pela moeda para compromissos comuns nos meses de dezembro, como envio de recursos de empresas para as matrizes no exterior, o dólar subiu e chegou a encostar em R$ 3,93, destoando do comportamento de outros emergentes. Na parte de tarde, o dólar passou a cair, influenciado pela fraqueza da moeda norte-americana no exterior, batendo na mínima do dia, em R$ 3,87. No final da sessão, o dólar à vista encerrou em R$ 3,8993, com baixa de 0,19%. Com a maior procura por dólar no mercado, o Banco Central voltou a oferecer liquidez em dois leilões de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra), que somaram US$ 1 bilhão e foram integralmente tomados pelo mercado. Operadores ressaltaram que diante da maior demanda mais leilões podem ser suficientes até a próxima sexta-feira. "Na semana que vem, a situação se normaliza e a pressão já se reduz", ressalta o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. Ele prevê que o dólar deve fechar o ano na casa dos R$ 3,85 a R$ 3,87. O volume mais fraco de negócios nesta segunda, sobretudo no mercado futuro, ressaltam operadores, é explicado pela cautela das mesas de operação antes do calendário agitado até sexta-feira, que tem como principal evento a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que começa nesta terça-feira. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pedir que o Fed não volte a elevar os juros. O economista do ABN Amro, Bill Diviney, ressalta em relatório que, apesar do apelo de Trump, é amplamente esperado mais uma alta de juros nos EUA e, por isso, o foco principal do mercado será ver como o comunicado final da reunião vai incorporar as mudanças de tom nas declarações recentes dos dirigentes do BC americano, que passaram a adotar postura mais 'dovish', ou seja, favorável a juros baixos, em meio a preocupações com a desaceleração da economia mundial. O próprio economista ressalta que as declarações levaram o ABN a reduzir a aposta para apenas uma alta de juros nos EUA em 2019. No mercado doméstico, o noticiário seguiu mais esvaziado e o destaque foram declarações do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, bem recebidas pelas mesas de câmbio. Ele disse que a cessão onerosa vai garantir "dinheiro para todos" no ano que vem, mas é preciso ajuda dos Estados e municípios, no apoio a reformas. Guedes defendeu acelerar a reforma do atual sistema de Previdência, de repartição, com a adoção do regime preferido por ele, o de capitalização, "para gerações futuras".