A estrela da economia brasileira no próximo ano deverá ser novamente o setor industrial, com crescimento estimado de 3%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). As empresas do setor registraram aumento de 0,4% no terceiro trimestre, o que sinaliza sólido crescimento no ano que vem. A expectativa é que a atividade cresça acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo as projeções.
Na avaliação da CNI, o crescimento do setor no ano que vem será 0,3 ponto percentual além dos 2,7% da economia como um todo. Esse otimismo é condicionado ao desempenho do novo governo na condução de ajustes e reformas tratadas como indispensáveis para a recuperação do Brasil após a longa estagnação.
O tema será debatido amanhã no auditório do Correio Braziliense, das 8h30 às 13h. O Correio Debate reunirá especialistas para discutir a importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil. Será aberto por Robson Braga, presidente da CNI, e Carlos Costa, secretário-geral de Produtividade e Competitividade do futuro ministério da Economia.
De acordo com Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai, que participará do evento, é importante discutir o assunto devido ao destaque do tema na agenda do futuro governo. Para ele, o setor industrial tem forte correlação com o padrão educacional brasileiro. São necessárias várias mudanças, diz, com destaque para a grade curricular. O ensino técnico deve fazer parte do ensino médio.
Para o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Abijaodi, a discussão é importante devido à relevância da indústria para o PIB e da capacidade de geração de empregos. ;Esse tema é importante para o capital da economia, se a indústria crescer, ela tem que ter um capital forte;, afirmou. Abijaodi garante que a expectativa para a esfera da indústria em 2019 é de melhora e crescimento mais significativo. ;Há a expectativa de que os problemas estruturais do Brasil, como a Previdência, a tributação e a burocracia, sejam atacados de frente pelo novo governo;, disse.
A CNI formulou um documento com 42 propostas para a melhora da indústria, que foi entregue aos presidenciáveis durante a campanha eleitoral. Segundo Abijaodi, a mais importante das propostas é a reforma da Previdência. ;Eu acho que hoje, para o Brasil poder crescer, é preciso controlar o deficit fiscal. Não estou colocando a culpa de tudo na Previdência, mas ela é uma das causadoras do deficit permanente;, concluiu.
Outros debatedores serão Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional; Cláudio de Moura Castro, economista; Renata Amaral, especialista em Comércio Exterior da BMJ Associados; e André Portela, professor titular de Políticas Públicas da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até hoje pelo site www.correiobraziliense.com.br/correiodebate.