O faturamento líquido estimado para a indústria química brasileira em 2018 deve fechar em R$ 462,3 bilhões, crescimento de 20,2% na comparação com os R$ 384,6 bilhões em 2017. Os números foram divulgados nesta sexta-feira, 7, em São Paulo, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em dólares, o faturamento deve crescer 5,4%, para US$ 127,9 bilhões em 2018.
Segundo a associação, neste ano, a balança comercial de produtos químicos deve fechar com um déficit de US$ 29,1 bilhões, ante um também déficit de US$ 23,5 bilhões em 2017. Desde o pico de US$ 32 bilhões de déficit em 2013, a diferença da força das importações contra as exportações havia começado a cair, até bater no negativo em US$ 22 bilhões em 2016.
Ainda conforme a Abiquim, os investimentos realizados e programados entre 2017 e 2022 no setor somam US$ 3,3 bilhões. Desde total, US$ 700 milhões são esperados para 2018 e US$ 600 milhões em 2019. Os gráficos mostram uma clara queda. Somente em 2016, os investimentos foram da ordem de US$ 2,2 bilhões.
Década perdida
Diante dos indicadores de 2018, o setor de químicos no Brasil teve uma verdadeira década perdida por causa das crises dos últimos anos, disse o CEO da Braskem e vice-presidente do conselho diretor da Abiquim, Fernando Musa. "O setor químico voltará a registrar crescimento no seu faturamento líquido. A receita, depois de 3 anos, volta a crescer. Esses números positivos de curto prazo escondem um grande desafio. Porque isso mostra que em 2018 estamos retomando ao patamar de 2010", afirmou.
Os números a que Musa se refere são ao faturamento líquido do setor químico esperado para 2018. Apesar da alta, o número volta o setor para o patamar de 2010, quando o faturamento líquido foi para US$ 128,8 bilhões.
O executivo lembrou ainda do crescimento do déficit comercial do setor, que atingiu US$ 29,1 bilhões em 2018. "Estamos gerando muito dinheiro e renda no exterior. Renda e emprego esses que poderiam estar acontecendo no Brasil", defendeu.
Musa aproveitou para pedir reformas estruturais no País, que seriam fundamentais para o crescimento do setor e surgimento de um ambiente econômico favorável. "Estamos às vésperas de um novo ciclo político, momento de renovação a esperança por parte da sociedade. Espera-se que as medidas a serem tomadas pela nova equipe consiga resgatar confiança por ambiente econômico favorável", disse. "Melhor vacina para cenários voláteis é o ajuste do ambiente macroeconômico. Reformas tributárias e previdenciárias são fundamentais, além de práticas que fomentem a concorrência", defendeu.
Economia Circular
Os produtores de resinas plásticas membros da Abiquim lançaram nesta sexta-feira um compromisso voluntário para promover e ampliar o alcance da Economia Circular nas embalagens plásticas.
A Economia Circular tem o objetivo de melhorar a competitividade e eficiência dos recursos e fazê-los serem usados pelo maior tempo possível. Ao fim de sua vida útil, eles podem ser aproveitados ou revalorizados através da reciclagem.
A Abiquim destaca que o plástico é amplamente usado em todas as cadeias de produção. Com o programa, a entidade pretende aumentar os esforços da cadeia para criar soluções de embalagens sustentáveis e facilitar o processo de reciclagem.
De acordo com a Abiquim, a gestão dos resíduos sólidos é um desafio global da sociedade e há uma preocupação crescente com os resíduos plásticos. A meta é até 2040 tornar 100% das embalagens de plástico reutilizáveis, recicláveis ou revalorizáveis.