Depois de ter subido 4,33% em dois pregões, o Índice Bovespa encontrou fôlego para uma terceira alta consecutiva, com direito a renovação do seu recorde histórico, nesta quinta-feira, 29. O principal índice de ações da B3 alternou altas e baixas ao longo de todo o pregão e terminou o dia aos 89.709,56 pontos, com alta de 0,51%. O recorde anterior havia sido registrado em 5 de novembro último, aos 89.598 pontos. Os negócios somaram R$ 13,2 bilhões.
Na máxima do dia, no início da tarde, o Ibovespa chegou a marcar 89.909,58 pontos (+0,74%). No entanto, o índice perdeu forças e oscilou próximo da estabilidade na maior parte do tempo, refletindo o sinal negativo que predominava nas bolsas de Nova York e as realizações de lucros em alguns papéis. Na mínima do dia, bateu os 88.475,27 pontos (-0,87%).
O destaque do período da tarde foi a ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada às 17h. Trechos do documento foram interpretados como um reforço das declarações "dovish" dadas na véspera pelo presidente da instituição, Jerome Powell. Com isso, os índices das bolsas de Nova York inverteram o sinal negativo e deram algum impulso ao Ibovespa na última hora de negociação. Segundo a ata, "a política não está em um curso predefinido; se as informações recebidas alertarem reavaliações significativas das perspectivas econômicas, para cima ou para baixo, a perspectiva política dos dirigentes mudaria".
"A alta da bolsa teve importante influência externa, mas também contou com pontos positivos internos. O tom dovish de Powell abriu espaço para o investidor estrangeiro recompor um pouco de posições em ações.
Internamente, contribuem os indicadores de atividade, sinalizando para uma melhora na confiança do investidor na retomada da economia", disse Nicolas Takeo, analista da Socopa, para quem o Ibovespa pode chegar aos 95 mil pontos no curto prazo, num cenário sem muitas mudanças.
Mais cedo, o Tesouro Nacional informou que houve superávit de R$ 9,451 bilhões do governo central em outubro, volume superior ao teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast (R$ 7,5 bilhões). Por outro lado, continuou a gerar cautela o impasse em torno da revisão das regras da cessão onerosa dos lotes excedentes da Petrobras, o que trouxe instabilidade para as ações da petroleira, mesmo diante da altas dos preços do petróleo. Petrobras PN, que concentra a maior liquidez, teve queda de 0,83%. Já Petrobras ON avançou 0,65%.
Com o resultado desta quinta, o Ibovespa passa a contabilizar alta de 4,03% na semana e de 2,61% em novembro. Na análise por ações, destacaram-se os papéis dos setores financeiro, de energia elétrica e alguns de mineração, uma vez que os papeis da Vale caíram (-0,57%).