Em meio à crise de imigração, Roraima teve o único avanço considerado estatisticamente significativo na taxa de desemprego entre todas as Unidades da Federação. A taxa de desocupação em Roraima subiu de 11,2% no segundo trimestre de 2018 para o patamar recorde 13,5% no terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Há grande fluxo de imigrantes chegando a Roraima", lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A pesquisa só considera informações de quem mora efetivamente no domicílio visitado. Apenas os venezuelanos que possuem residência fixa no Estado podem ser contabilizados, mesmo que estejam em situação irregular no País.
"Foi o único Estado onde a desocupação cresceu, mas a gente não pode afirmar que foi por causa da imigração. Pode ter ajudado para que essa taxa de desocupação tenha se elevado, mas não tem como afirmar", ponderou Azeredo.
O total de desempregados em Roraima aumentou de 19 mil pessoas no terceiro trimestre de 2017 para 30 mil no terceiro trimestre de 2018, onze mil pessoas a mais em busca de uma vaga no período de um ano. Em relação ao segundo trimestre de 2018, houve crescimento de cinco mil pessoas na população desempregada.
"É pouco pra gente, mas pra lá é muita coisa. Roraima tem 359 mil habitantes com 14 anos ou mais de idade, então é o número é bastante expressivo", afirmou Azeredo.