Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY ignoram notícias sobre comércio EUA-China e fecham em leve baixa

Os mercados acionários americanos terminaram o pregão desta terça-feira, 13, majoritariamente em baixa, dando prosseguimento às perdas do dia anterior. Os agentes monitoraram notícias referentes à relação comercial entre Estados Unidos e China, mas minimizaram a possibilidade de acordo e continuaram com o "sell-off", que comprometeu, principalmente, os preços de ações de companhias de energia, os quais acompanharam o tombo nos contratos futuros de petróleo, que cederam mais de 7% em Nova York. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,40%, aos 25.286,49 pontos; o S 500 recuou 0,15%, aos 2.722,18 pontos; e o Nasdaq encerrou a sessão estável, cotado a 7,200,87 pontos. Já o índice de volatilidade VIX, que usa as opções do S 500 para medir as expectativas dos traders em relação às oscilações no mercado de ações, caiu 2,10%, mas continuou ligeiramente acima da marca psicologicamente importante dos 20 pontos, cotado a 20,02 pontos. O otimismo que marcou o tom nos mercados acionários da Ásia e, no início do dia, na Europa, em torno de uma ligação entre o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, perdeu fôlego ao longo do dia. Os dois devem se encontrar antes da reunião entre Donald Trump e Xi Jinping no fim do mês, em Buenos Aires, mas a cautela em torno da questão sino-americana permaneceu. De acordo com pesquisa do Bank of America Merrill Lynch feita com gestores de fundos mostrou que uma guerra comercial continua no topo da lista de riscos para 35% dos entrevistados. O item esteve no topo desse ranking pela sexta vez consecutiva, seguida pelo aperto monetário nos EUA (26%) e pela desaceleração na economia chinesa (14%). Mais suscetíveis às tensões comerciais, papéis de companhias do setor industrial apresentaram ganhos, como 3M (+0,67%) e Caterpillar (+0,77%). O movimento, contudo, não passou para a Boeing, que viu suas ações recuarem 2,11%, após ser atingida por relatos de que a empresa ocultou informações sobre o 737 que podem ter contribuído para a queda de um jato da Lion Air. O papel da General Electric também mostrou recuperação e saltou 7,76%. Contudo os bônus da empresa caíram acentuadamente, assim como os preços do petróleo, que caíram 7% em Nova York e levaram para baixo papéis de empresas como ExxonMobil (-2,29%) e ConocoPhillips (-2,18%). A Apple, por sua vez, continuou a ser penalizada. "A decisão de parar de relatar os números de vendas unitárias de iPhones, iPads e outros produtos trimestralmente e pequenas falhas nas vendas de aparelhos continuam a pesar", lembrou o analista-chefe da CMC Markets, Michael Hewson. As ações da companhia perderam 1,00%, cotadas a US$ 192,23, furando a média móvel dos últimos 200 dias, de US$ 193,37. Analistas do UBS e do Goldman Sachs cortaram as estimativas de unidades de iPhone vendidas no atual trimestre, depois que fornecedores como Lumentum e Qorvo disseram que seus pedidos de smartphones foram cortados devido à fraca demanda. O banco americano também cortou o preço-alvo da ação da Apple de US$ 222 para US$ 209. Na avaliação do gerente de portfólio da BlackRock, Russ Koesterich, alguns ganhos exibidos nos últimos dias pelas bolsas de Nova York configuram um "salto técnico, ou seja, um esgotamento a curto prazo de venda em vez de uma caça às pechinchas". Em relatório enviado a clientes, o economista comentou que, "com as taxas de juros subindo quase 150 pontos-base nos EUA em relação ao outono de 2016 no Hemisfério Norte, será mais difícil para que haja uma forte expansão envolvendo os preços das ações".