Três anos depois de vender a maior parte de suas operações no Brasil para o Bradesco, o HSBC está planejando reconstruir sua presença no País, de acordo com planos de John Flint, novo presidente do banco. Segundo reportagem publicada pelo Financial Times, citando fontes com conhecimento no assunto, o executivo quer recolocar o maior banco europeu no "modo crescimento" e, para isso, a diretoria do banco estaria discutindo o reforço das operações de investimento, com sede em São Paulo, para reconquistar os clientes empresariais brasileiros.
Para continuar a assessorar e financiar clientes empresariais internacionais de grande porte, o HSBC manteve cerca de 80 pessoas no seu banco de investimento no País após vender suas operações deficitárias, por R$ 5,2 bilhões, em 2015. De acordo com pessoas próximas ao banco, a cláusula de não competição com o Bradesco expira em breve, em 2019. Com isso, o banco sediado em Londres abre caminho para reforçar a atuação ao País. A ideia, de acordo com as fontes ouvidas pelo Financial Times, é elevar a equipe para 200 pessoas ou mais, a fim de tentar conquistar clientes menores, com foco mais local.
O banco europeu não tem planos de voltar a trabalhar como banco de varejo no país. HSBC e Bradesco não comentaram.
Com carreira de 29 anos no banco, Flint assumiu a presidência do HSBC em fevereiro e tenta revigorar a instituição. Durante a gestão anterior, de Stuart Gulliver, o banco registrou queda de receita em cinco de sete anos, fechou 100 subsidiárias e reduziu o número de países em que atua de 88 para 67.
De acordo com reportagem do Financial Times, o plano de reforçar a atuação no País teria surgido após a eleição de Jair Bolsonaro para presidência do Brasil. O político vem buscando atrair os investidores internacionais e a comunidade de negócios, com promessas de reformas econômicas liberais ortodoxas. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.