Na lista de privatização do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) justamente pelas dificuldades financeiras que enfrenta, a estatal de energia elétrica Eletrobras apresentou um prejuízo líquido de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre de 2018, comparado com o lucro líquido de R$ 550 milhões apurado em igual período de 2017.
O resultado, de acordo com balanço divulgado na madrugada desta terça-feira (13/11) pela companhia, foi impactado principalmente pelas provisões não recorrentes para contingências, que somaram R$ 2,2 bilhões. Do total do montante, R$ 1,5 bilhão são relativos a empréstimos compulsórios.
O segmento de Distribuição também contribuiu negativamente, registrando prejuízo de R$ 998 milhões no terceiro trimestre. Isso porque as distribuidoras Amazonas Energia e Companhia Energética de Alagoas, que estavam na lista de privatização, não foram vendidas ainda. A Amazonas porque o PL que permitia sua desestatização foi derrubado no Senado. A Ceal porque liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) impede a venda até que se resolvam pendências com o governo de Alagoas.
Passivo
Os segmentos de Geração e de Transmissão apresentaram lucro de R$ 832 milhões e R$ 103 milhões no período, respectivamente. Há ainda R$ 2,8 bilhões de passivo a descoberto, referentes à venda das distribuidoras Cepisa, Ceron, Boa Vista Energia e Eletroacre, que poderão ser revertidos no quarto trimestre de 2018.
Sob o ponto de vista operacional, a Eletrobras agregou, em 2018, cerca de 222 km de linhas de transmissão e 828 megawatts ( MW) de capacidade instalada em geração.
No resultado acumulado de nove meses, a Eletrobras apresentou um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão em comparação com R$ 2,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2017. Os segmentos de Geração e Transmissão apresentaram lucro de R$ 2,5 bilhões e R$ 1,6 bilhão, respectivamente, enquanto o segmento de Distribuição apresentou prejuízo de R$ 2 bilhões.