Paula Pacheco/Estado de Minas
postado em 29/10/2018 06:00
Presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antonio França tem se dedicado nos últimos meses a apresentar dados sobre a situação do setor para mostrar como a habitação pode ter um papel relevante na recuperação do crescimento econômico do país, por meio da geração de empregos e de aumento da massa salarial.
Outro papel protagonista do setor tem a ver com o seu propósito: garantir moradia para a população. Estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas para a Abrainc aponta para um deficit habitacional de 7.770.227 moradias ; recorde da série histórica, iniciada em 2007. Desse total, 967.270 habitações são classificadas como precárias (improvisadas ou rústicas). A maior concentração está no imóvel alugado (42,3%), seguida pela coabitação familiar (41,3%).
Quem mais sente o problema da falta de moradia são as faixas de renda de até um salário mínimo e de um a três salários, que concentram 91,7% do deficit total ; 7,1 milhões de unidades, conforme o estudo da FGV.
Com o novo governo, França acredita que haverá uma preocupação em criar um ambiente atraente para que os investimentos represados voltem a ser feitos no setor. Mas ele alerta que o ponto de partida para essa retomada deve ser a melhoria da segurança jurídica no país. Um dos problemas apontados pelo representante das incorporadoras é o aumento dos distratos. O projeto para regulamentar a quebra de contrato de aquisição de um imóvel já passou pela Câmara dos Deputados, mas ainda aguarda votação no Senado.