O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta sexta-feira, 26, ser muito difícil zerar o déficit primário do governo central já em 2019, como prometeram algumas campanhas eleitorais - inclusive a do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
"O déficit pode ficar abaixo de R$ 100 bilhões em 2019. Mas, para zerar o déficit em 2019, só se houver uma receita extraordinária muito elevada. E mesmo decisões de privatizações têm efeitos inesperados, cujo cronograma é muito difícil de controlar", avaliou.
Questionado se foi convidado a participar de um eventual governo Bolsonaro, Mansueto afirmou que conversou com assessores econômicos de todas as campanhas no primeiro turno, mas não realizou nenhuma reunião durante o segundo turno. "Não vamos especular com hipóteses. Aprendi isso com o ex-ministro Henrique Meirelles", completou.
Dívida
Mansueto enfatizou que o risco de calote da dívida brasileira é zero. Ele destacou que o Tesouro voltou a vender títulos prefixados com taxas semelhantes às praticadas antes mesmo da greve dos caminhoneiros.
"A dívida pública continuará crescendo nos próximos anos, mas medidas já foram tomadas para reduzir o ritmo dessa expansão. A dívida pode bater na casa dos 80% do PIB, mas começar uma trajetória de queda se prosseguirmos o ajuste fiscal", projetou. "Por isso, independentemente do governo que seja eleito no domingo, é importante continuarmos com o ajuste fiscal", completou.
Convite
O secretário do Tesouro Nacional reafirmou que não recebeu nenhum convite para continuar no Ministério da Fazenda no próximo governo. "Nunca teve convite algum. Não discuto hipóteses. O que mais importa são os servidores do Tesouro Nacional e da Receita Federal, porque eles sim continuarão aqui", respondeu.