Jornal Correio Braziliense

Economia

Pressão externa diminui e juro curto fecha em baixa e longo, com viés de alta

O movimento de correção dos juros futuros estimulado pelo cenário externo adverso perdeu força na última hora da sessão regular desta terça-feira, 23. As taxas curtas terminaram o dia em baixa e as longas, perto da estabilidade, preservando um viés de alta, atribuído ao exterior. A aversão ao risco foi ditada pelas preocupações com a questão fiscal na Itália e com possíveis impactos do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul nas relações entre os Estados Unidos e o país árabe, além da dificuldade de fechamento de um acordo sobre o Brexit. Esses fatores pesaram sobre os ativos globais durante toda a sessão, mas no fim da tarde as tensões se amenizaram. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a 7,39%, de 7,443% na segunda-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 encerrou em 8,29%, de 8,344% no ajuste de segunda. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 9,42%, de 9,413%, e a do DI para janeiro de 2025 em 9,97%, de 9,942%. O dólar reduziu seu ímpeto e mostrava queda ante o índice DXY, de 0,08%, no fim da tarde enquanto em relação ao real fechou cotado em R$ 3,7013 (+0,36%) no segmento à vista, longe da máxima de R$ 3,7226. Profissionais da área de renda fixa avaliam que, mesmo pela manhã, quando o grau de nervosismo dos mercados era maior, o ajuste dos juros futuros foi limitado, graças à manutenção do otimismo com o quadro eleitoral. Apesar de os investidores há muito tempo terem colocado nos preços a vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na corrida presidencial, a expectativa de que seu governo será reformista segue sustentando o bom humor. O IPCA-15 de outubro (0,58%) abaixo da mediana das estimativas (0,63%) ajudou no movimento de baixa da ponta curta, ainda que na trajetória de 12 meses a inflação tenha acelerado de 4,28% em setembro para 4,53% este mês, acima do centro da meta de inflação (4,50%). Analistas consultados pelo Projeções Broadcast não acreditam que o índice vai se sustentar acima dos 4,50% nos próximos meses e deve fechar 2018 abaixo dessa marca.