Presente na reunião de industriais com Jair Bolsonaro, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz que o apoio manifestado nesta segunda-feira (22/10), por seis setores da indústria ao candidato do PSL se deve à afinidade dos empresários com a agenda do presidenciável.
Segundo Castro, embora procurem manter uma posição apartidária em períodos de eleição, as entidades, dessa vez, resolveram se antecipar ao resultado das urnas para adiantar o debate com o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto.
"Os setores estão se sentindo asfixiados. A indústria está sumindo pouco a pouco", afirma Castro. "Evitamos nos posicionar politicamente, mas, em termos de programa, o do Bolsonaro se aproxima mais dos interesses dos empresários", acrescenta o presidente da AEB, que abriga empresas exportadoras e importadoras.
Realizado na residência do presidenciável no Rio de Janeiro, a reunião foi agendada com o deputado Onyx Lorenzoni, cotado para assumir a Casa Civil caso Bolsonaro seja eleito no domingo. Reuniu presidentes de entidades setoriais que representam 32% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria.
No encontro, o candidato recebeu um manifesto de apoio assinado pelas associações. No documento, elas dizem ter "convicção" de que Bolsonaro conseguirá recolocar o Brasil na rota do crescimento econômico.
De acordo com Castro, os industriais também aproveitaram para expor caminhos propostos para a recuperação econômica, como a retomada da construção civil. Também foi manifestado apoio ao ajuste fiscal, como forma de reequilibrar as contas públicas.
Os executivos não entraram em detalhes dessa agenda. Caso a eleição de Bolsonaro seja confirmada no domingo, a ideia do grupo é marcar uma reunião com Paulo Guedes, o economista do candidato, para entrar nas questões mais técnicas das propostas
Ainda assim, a Abimaq, que representa a indústria de máquinas e equipamentos, aproveitou a reunião para entregar a Bolsonaro um documento no qual destaca a necessidade de o governo estimular investimentos. Numa cartilha entregue ao presidenciável, a Abimaq aponta a redução de impostos e a simplificação tributária, em conjunto com juros e câmbio competitivos, como "essenciais" à retomada dos investimentos.