Jornal Correio Braziliense

Economia

Juros fecham de lado, com investidor monitorando exterior e 'governo Bolsonaro'

Os juros futuros terminaram a sessão regular de lado, com viés de alta nos principais nos contratos. A sexta-feira, 19, foi de agenda e noticiários fracos no âmbito doméstico e de alguma volatilidade no exterior, o que deixou o mercado de juros sem tendência definida ao longo do dia, mesmo com o dólar tendo se firmado em baixa. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 7,55%, de 7,544% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 8,514% para 8,52%. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 9,64%, de 9,633%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 10,16%, de 10,152%. "Hoje internamente não tem notícia e, como o exterior está bem volátil, então o mercado local fica meio ressabiado em assumir posições", resumiu a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour. No cenário eleitoral, a pesquisa Datafolha de quinta-feira, sobre as intenções de voto para presidente, apenas reforçou a diferença de 18 pontos porcentuais em favor do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que tem 59% das preferências, ante 41% de Fernando Haddad (PT), considerando os votos válidos, como já tinha mostrado a pesquisa Ibope. E a possível judicialização do processo eleitoral, em meio aos pedidos do PT para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue supostos crimes contra a candidatura de Haddad a favor da campanha presidencial de Bolsonaro, por enquanto, não chega a pesar nos negócios. Ainda no Brasil, a possibilidade de o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deixar o cargo elevou a pressão de alta sobre as taxas na quinta no fim do dia, mas nesta sexta esse ruído se dissipou, embora os investidores sigam atentos a eventuais nomes que possam substitui-lo no comando do BC, caso se confirmem as especulações sobre sua saída. Haddad, que havia afirmado que vai trocar a equipe econômica de Temer, se eleito, nesta tarde recuou de sua proposta de mandato duplo para o Banco Central e incluiu na nova versão de seu programa de governo a promessa de "manter a autonomia" da autoridade monetária. Em Wall Street, as bolsas retomaram os ganhos, após mais cedo terem batido mínimas com as informações de que agências de inteligência dos Estados Unidos estão preocupadas com tentativas de interferência, nas eleições americanas de meio de mandato em novembro, de países como Rússia, China e Irã. Às 16h34, o Dow Jones subia 0,48% e o S 500, +0,21. A exceção é a Nasdaq (-0,25%), onde pesam as quedas da ações de redes sociais como as do Twitter e Facebook porque, segundo as agências, há campanhas em andamento, que podem assumir diversas formas, entre elas em redes sociais, na tentativa de influenciar a opinião pública americana. Por aqui, o dólar à vista recuava 0,55%, aos R$ 3,7071, e o Ibovespa avançava 0,43%, em 84.204,02 pontos.