O governo considera cada vez menos provável a possibilidade de aprovar a reforma da Previdência defendida pelo presidente Michel Temer ainda este ano. O ministro de Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou, nesta segunda-feira (15), que a proposta "dificilmente" vai prosperar no Congresso nos últimos meses do ano. Ele disse que se baseou em declarações públicas de integrantes das campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), mas não se reuniu com eles.
Marun destacou ainda que o governo Temer não vai insistir na aprovação da matéria caso o presidente eleito demonstre indisposição com o tema, mas ponderou que o Palácio do Planalto permanece aberto ao diálogo.
Nesta segunda-feira, Marun recomendou voto ao candidato do PSL, embora o governo tenha optado por permanecer neutro na disputa. Segundo Marun, Bolsonaro possui "maior afinidade" com a pauta do atual governo, citando a defesa de uma agenda reformista e da privatização de estatais.
Mais cedo, Marun citou o fato de que o deputado Onyx Lorenzoni, cotado para assumir o Ministério da Casa Civil num eventual governo Bolsonaro, descartou nos últimos dias a possibilidade de aproveitar, mesmo que em parte, a reforma proposta por Temer. Questionado por jornalistas, Marun minimizou a fala e disse que "pelo menos (a campanha de Bolsonaro) admite a reforma da Previdência" em algum momento.