O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse a jornalistas neste sábado que questões relacionadas à moeda chinesa terão de ser incluídas em qualquer discussão comercial com a China. Ele enfatizou que o país terá de se comprometer a fazer reformas estruturais sérias. O secretário participou do encontro do IMFC, o Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, realizado em Bali, na Indonésia.
"Obviamente a questão do câmbio é importante para nós e será parte das discussões comerciais", afirmou. "Queremos ter certeza de que a desvalorização (da moeda chinesa) não está sendo usada com o propósito de garantir competitividade no comércio", acrescentou. Mnuchin comentou que se encontrou nesta semana com o chefe do Banco Central da China, Yi Gang, e que tiveram "conversas produtivas". De acordo com Mnuchin, os chineses "enfatizaram que não é de seu interesse ver o RMB (a moeda chinesa) continuar se depreciando".
O RMB caiu 6% em relação ao dólar no acumulado do ano. Os EUA têm considerado classificar a China como país "manipulador do câmbio" por tentar enfraquecer sua moeda para baratear e impulsionar as exportações. O relatório bianual do Tesouro norte-americano, pelo qual formalmente os EUA designa se um país é ou não um manipulador do câmbio, deve ser publicado nos próximos dias.
O aumento das tarifas impostas por países e disputas comerciais foram apontados pelo IMFC como fatores de risco para a economia global. Questionado sobre o potencial dano provado pelas tensões comerciais, Mnuchin disse que esta era "mais uma razão pela qual a China deveria ser incentivada a tentar resolver esses problemas".
Mnuchin afirmou também que vem trabalhando por um encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, mas que nenhuma decisão foi tomada. "Até o momento, não há precondições" solicitadas à China para realizar uma possível reunião durante o encontro do G20 no próximo mês em Buenos Aires, conforme Mnuchin.
O secretário do Tesouro comentou que comparecerá à conferência na Arábia Saudita conhecida como "Davos no deserto". Muitas autoridades cancelaram a ida ao evento depois que a Turquia acusou o reino de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul. "Por ora, eu irei", disse Mnuchin. "Se mais informação vier à tona na próxima semana, obviamente vou levar em consideração." Ele expressou "preocupações com Khashoggi e sua família" e disse que espera obter mais informações sobre a investigação relacionada a seu desaparecimento. Fonte: Dow Jones Newswires.