A demanda global por petróleo crescerá a um ritmo mais fraco que o antes esperado neste ano e no próximo, em meio a riscos econômicos como as tensões comerciais e também por causa dos preços mais altos da commodity, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta sexta-feira. Em relatório mensal, a AIE reduziu suas projeções para crescimento na demanda para 2018 e 2019 em 110 mil barris por dia (bpd), para 1,3 milhão de bpd e 1,4 milhão de bpd, respectivamente.
Sediada em Paris, a AIE diz que a demanda é prejudicada pelos preços mais altos do petróleo, particularmente nos mercados emergentes, bem como pela demanda mais fraca da China, e por causa da disputa comercial entre Pequim e os EUA.
As revisões na demanda ocorrem após os preços tocarem máximas em quatro anos em outubro. Os preços têm sido apoiados pela expectativa de queda nas exportações do Irã, alvo de sanções dos Estados Unidos.
A AIE afirmou que a oferta do Irã recuou à mínima em dois anos e meio em setembro, com países reduzindo suas compras da nação persa antes da entrada em vigor em 4 de novembro as sanções americanas contra o setor local. A produção de petróleo do Irã caiu 180 mil bpd na comparação mensal, a 3,45 milhões de bpd em setembro.
No médio e longo prazos, a AIE diz que não há sinais de um pico maior à vista para a demanda global por petróleo. A AIE afirma que a demanda e a oferta global estão próximos de "picos históricos significativos", em cerca de 100 milhões de bpd.
Apesar da queda na produção do Irã, outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e parceiros, como a Rússia, têm elevado a oferta. A produção da Opep avançou 100 mil bpd em setembro, a 32,78 milhões de bpd, com a maior alta vinda da Arábia Saudita, onde a produção subiu 10,52 milhões de bpd em setembro. O número é similar ao da própria Opep, divulgado ontem em relatório do cartel.
A produção da Rússia subiu cerca de 160 mil bpd, para o recorde de 11,36 milhões de bpd em setembro, disse a AIE. A Opep e a Rússia concordaram no fim de junho em começar gradualmente a elevar a produção, após mais de um ano segurando-a para apoiar os preços.
Com essas altas, além do avanço na produção dos EUA e do Canadá, o mercado de petróleo está "adequadamente abastecido por ora", segundo a AIE. Mas a agência afirmou que o corte na produção do Irã e as ameaças de mais problemas na oferta da Líbia e da Venezuela sugerem que há sinais de que pode haver preocupações mais adiante no lado da oferta. Fonte: Dow Jones Newswires.